Associação dos Lusitanistas regressa à Europa depois de congresso em Macau

O próximo congresso da Associação Internacional de Lusitanistas, em 2020, vai realizar-se em Roma, foi hoje anunciado em Macau, na sessão de encerramento da 12.ª reunião, considerada um êxito pela organização.
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O interesse pelo português está a crescer fora dos países de língua portuguesa e "na Ásia foi espetacular", disse Roberto Vecchi, da universidade de Bolonha (Itália), que foi reconduzido no cargo de presidente da AIL por mais três anos (2018-2020).

O responsável considerou que a "atenção dada" aos trabalhos da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL) "tem um potencial muito grande".

Esta "impressão alimenta o otimismo (...). Vai ser interessante ver como se concretiza esse potencial nos próximos anos", sublinhou, no final do primeiro congresso da AIL na Ásia.

Em Macau estiveram cerca de 140 associados de 80 universidades, mas o espaço de referência da AIL abrange cerca de 900 pessoas.

"Considerar 900 estudiosos de língua e culturas que se expressam em português significa uma rede académica realmente global", afirmou Vecchi, acrescentando que a AIL se está a transformar, de uma "associação de estudiosos", numa "plataforma que promove os estudos" com dimensão internacional.

A nossa função, "que é lateral", é estimular e contribuir para a disseminação da língua e das culturas que falam português e para isso há vários projetos em curso, como a renovação da revista da AIL, Veredas, e a aposta numa plataforma para editar os trabalhos dos associados.

Um dos projetos mais conhecidos da AIL é a Plataforma 9 - Portal cultural do mundo da língua portuguesa, que regista 1,2 milhões de visualizações.

"A Plataforma 9 teve uma explosão fantástica, mas é uma parte de um todo. É preciso equilibrar o sistema e fazer com que todas as ações cresçam de forma orgânica", disse.

Responsável pela organização do congresso em Macau, o diretor do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau (IPM) considerou o balanço é "francamente positivo" do ponto de vista científico.

"Produziu-se ciência e foi feito em Macau", afirmou Carlos Ascenso André.

"Macau tem um claro papel a desempenhar, do ponto de vista geográfico, da herança e da identidade, tem meios e vontade política para o fazer", sublinhou.

Para Ana Paula Laborinho, o congresso foi "muito importante" e deu um sinal claro, ao decorrer pela primeira vez em Macau, da "importância que a administração de Macau atribui ao português, também em grande crescimento na China".

"Era importante que esta associação trouxesse aqui os mais reputados especialistas [em língua portuguesa] de universidades portuguesas e estrangeiras", afirmou a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

A responsável portuguesa, que participou numa sessão sobre "O Português no Mundo", no último dia dos trabalhos, destacou o trabalho das autoridades da Região Administrativa Especial na promoção do português, bem como do IPM, em Macau e na China.

"Este congresso teve o seu lugar exato em Macau (...) foi um enorme sucesso pelo número de participantes, qualidade das comunicações e importância dos contactos além congresso e fora da agenda regular para debater ainda mais projetos e o reforço conjunto para a promoção e difusão da língua portuguesa no mundo", afirmou.

Antes do encerramento dos trabalhos, Ettore Finazzi-Agrò, da universidade "La Sapienza" de Roma, apresentou a única candidatura à realização do próximo congresso da AIL.

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