Assinado acordo de paz em Moçambique
"Paz chega a Moçambique", lê-se na primeira página da edição de 5 de outubro de 1992 do DN, que tem como foto principal o brinde entre Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama. Um dia antes, Roma servia de palco para a assinatura do acordo que terminava com um conflito armado, desencadeado oito meses depois da proclamação da independência do país, a 25 de junho de 1975.
"Em Roma, a Frelimo e a Renamo assinaram ontem finalmente o acordo de paz para Moçambique. Eram 13 horas e 10 minutos quando, na Sala do Mapa-Mundo do Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, os dois principais protagonistas, Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, se abraçaram, sob o olhar do responsável pela diplomacia italiana, Emilio Colombo", começa por descrever o DN.
Durão Barroso, na altura secretário de Estado para a Cooperação, assistiu à assinatura do acordo entre o então presidente moçambicano Joaquim Chissano, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama.
Conta o DN que na cerimónia Chissano fez "um rasgado elogio" a Mário Soares, que, em 1992, cumpria o seu segundo mandato como Presidente da República.
Após a assinatura do acordo, Moçambique realizou as primeiras eleições multipartidárias, em 1994, com a observação da ONU, ganhas por Chissano, que governou o país até 2004.
Depois do acordo assinado em Roma, Joaquim Chissano "viajou para Lisboa, onde foi recebido por Cavaco Silva", na altura primeiro-ministro, noticiava o DN.