Assassinos de Capacetes Azuis na RDCongo "sem impunidade", promete ONU

Os responsáveis pela morte de 14 Capacetes Azuis, ocorrida no início de dezembro na República Democrática do Congo (RDCongo), "responderão pelos seus atos", prometeu hoje o secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Jean-Pierre Lacroix, numa deslocação ao local do ataque.
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"Aqueles que mataram os vossos camaradas responderão pelos seus atos e não haverá impunidade para isso. Estou convicto de que vamos atacar nessa frente e venceremos", declarou o responsável pelas operações de manutenção de paz, que se deslocou à base da ONU em Semuliki, na conturbada província de Kivu do Norte.

Nessa base, 14 Capacetes Azuis foram mortos na noite de 07 para 08 de dezembro, num ataque atribuído aos rebeldes ugandeses muçulmanos das Allied Democratic Forces (ADF) que vitimou igualmente pelo menos cinco soldados da RDCongo.

Foi o ataque mais mortífero contra uma força da ONU em todo o mundo nos últimos 24 anos e, numa nova indicação da gravidade do ataque que durou horas, Jean-Pierre Lacroix disse que a base foi "recuperada e reocupada" e que está também a ser "reconstruída e reforçada".

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Congo (MONUSCO) e o Governo congolês comprometeram-se a enviar reforços para Semuliki e respetiva região.

"Falámos com o Governo congolês e vamos reforçar a nossa presença militar e armamento na região de Semuliki para perseguir e neutralizar os grupos violentos no leste da RDCongo", declarou Lacroix.

Capacetes Azuis sul-africanos e do Bangladesh, equipados com lança-rockets, dirigiam-se na segunda-feira de Beni para Semuliki, constatou a agência noticiosa francesa AFP no local.

"Nós sabemos porque é que as ADF nos atacaram: porque perturbámos a sua atividade", disse o responsável da ONU.

A base da missão de manutenção de paz das Nações Unidas, situada a cerca de 45 quilómetros da cidade de Beni, tem sido repetidamente atacada por rebeldes das ADF por ser a sede da força de intervenção rápida da missão, que tem um raro mandato para atacar grupos armados que são às dúzias na vasta região rica em minerais.

Na semana passada, o Uganda e a RDCongo lançaram uma operação militar conjunta contra os rebeldes das ADF, que mataram mais de mil pessoas no leste do país desde outubro de 2014, segundo a Human Rights Watch.

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