Assange pode ser expulso da embaixada do Equador esta semana
Lenin Moreno, o presidente equatoriano, viajou para Londres na passada sexta-feira. Na sua agenda pode ter estado um encontro com as autoridades inglesas para pôr termo a seis anos de asilo diplomático, na embaixada de Quito em Londres, concedido ao fundador da Wikileaks, Julian Assange.
Se o relato, publicado no jornal online The Intercept, estiver certo, Assange pode ser retirado da embaixada onde se refugiou, em 2012, para escapar às acusações de que era alvo na Suécia (assédio sexual) mas, sobretudo, a uma eventual extradição para os EUA.
Glenn Grenwald (o jornalista que investigou as acusações de Edward Snowden sobre o alcance da política de vigilância da NSA e do governo dos EUA), revela ainda que Moreno se reunirá em Madrid com responsáveis de um governo particularmente hostil para Assange, depois da sua posição sobre a independência da Catalunha.
Assange está, há três meses, proibido de usar a rede de internet da embaixada o que o deixa completamente isolado e sem comunicações com o exterior.
Fontes próximas do ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador, citadas por Greenwald, revelam que Moreno pode ter já um acordo com o Reino Unido para entregar Assange "nas próximas semanas". A retirada do asilo e a expulsão da embaixada pode acontecer "já esta semana".
Há uma série de contrapartidas exigidas pelo Equador nessa decisão. Uma delas é a garantia de que Assange não será extraditado para os EUA.
A única acusação judicial que existe contra Assange é a que resulta da sua tentativa, bem sucedida, de escapar às autoridades em 2012 - quando estava em vias de ser extraditado para a Suécia. É um crime menor, punível com três meses de prisão.
Em maio de 2017 as autoridades judiciais suecas arquivaram o processo em que Assange era acusado de assédio sexual.