ASPP/PSP diz que aumento dos descontos é "corte salarial"

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) considerou hoje que o aumento dos descontos para o Subsistema de Saúde da PSP, de 2,5 para 3,5 por cento, resulta num "imposto adicional" para estes profissionais.
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"Este novo aumento, que na prática se traduz como mais um corte salarial, vem potenciar situações-limite para os profissionais que continuam a ver os seus rendimentos mensais reduzidos", salienta a ASPP/PSP em comunicado, depois de o aumento dos descontos para a SAD/PSP ter sido aprovado na semana passada.

O presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues, lembrou, em declarações à agência Lusa, que o Presidente da República vetou em março o aumento dos descontos, mas que o governo insistiu no aumento, agora aprovado, considerado que esta atitude do executivo é "mais uma prova de que ignora e desvaloriza as dificuldades que os polícias atravessam".

Segundo o presidente da ASPP/PSP, mais uma vez "a preocupação do governo é com os números e não com as pessoas", mas, sublinhou, ao colocar os números "à frente das pessoas", está a "degradar aquilo que há de melhor, que é o funcionamento das instituições", designadamente do serviço prestado pela PSP.

Paulo Rodrigues sublinhou que se tivesse sido aplicada a medida prevista no memorando de entendiemtno com a Troika em 2009, ou seja, a verba descontada para o SAD/PSP servir unicamente para o seu funcionamento, este subsistema de saúde seria "auto-sustentável" com o desconto de 2,5 por cento.

A ASPP alerta que a atual situação vivida pelos seus profissionais tem feito aumentar o número de pedidos de autorização à PSP para a prática de outras atividades, prejudicando o "tempo de descanso e, por conseguinte, a segurança pública".

"A diminuição dos rendimentos dos profissionais (da PSP) está a prejudicar o tempo que deveria ser dispendido em formações e no bem estar físico e emocional dos polícias", conclui a associação, tendo Paulo Rodrigues adiantado que a ASPP/PSP dará "uma resposta em termos sindicais" a esta situação e fará o que "estiver em seu alcance" para alterar esta política, que "não pode continuar".

"Esta política ao nível da SAD/PSP não pode continuar", disse Paulo Rodrigues, observando que é também altura de dizer ao governo e à própria direção da PSP que não pode continuar a existir "discriminação" no acesso dos polícias à saúde relativamente a quem presta serviço em Beja ou noutras regiões do interior, com menos oferta destes serviços.

O presidente do maior sindicato da PSP entende ainda que há despesas de higiene e segurança no trabalho que não podem continuar a ser pagas pela SAD/PSP, onerando este susbistema de saúde.

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