Asafa Powell, o homem mais rápido do mundo
Quando todos esperavam um recorde do Mundo dos 100 metros do norte americano Tyson Gay, recente campeão mundial dos 100, 200 e 4x400 metros em Osaca, o jamaicano Asafa Powell reapareceu no Meeting de Rieti (Itália), depois de um decepcionante terceiro lugar no Japão, e melhorou o seu próprio máximo mundial de 9,77 segundos, obtido em 14 de Junho de 2005 em Atenas, para 9,74.
Numa corrida 'solitária', sem os adversários do Mundial, o homem mais rápido do mundo aproveitou o vento favorável de 1,7 m/s para cortar a linha de meta muito à frente do norueguês Jaysauma Saidy Ndure (10,07) e Kim Collins (Saint-Kitts-et-Nevis), campeão do mundo em 2003, (10,14). Aos 60 metros da prova, Powell atingiu a velocidade máxima de 42,8 kms/hora.
Antes da corrida, Powell anunciou que pretendia melhorar esta temporada a seu recorde mundial. Quando lhe questionaram que marca pensava realizar, disse com naturalidade que "9,74 ou 9,73 eram perfeitamente possível, mas se as condições climatéricas estivesse perfeitas podia correr em 9,70".
Depois de prova italiana, ainda mal refeito do esforço, mas visivelmente feliz, afirmou: "Se tinham duvidas, aqui têm o homem mais rápido mundo". Uma clara referência ao seu desaire no mundial e à partilha da anterior marca de 9,77 com o americano Justin Gatlin, desde 12 Maio de 2006. Powell acrescentou: "Prometo que isto não vai ficar por aqui?". Na final do Mundial de Osaca, o jamaicano liderou a corrida até a 30 metros da meta mas baixou os braços quando viu surgir a seu lado o norte-americano Tyson Gay. Entregou o Ouro e ainda foi ultrapassado por Derrick Atkins (Bahamas).
Powell saiu do Japão com o estigma de ser "apenas" um "homem de recordes" em oposição a outros atletas que se transcendem em Jogos Olímpicos ou Mundiais. O velocista assumiu que ficou bloqueado pela sua incapacidade se suportar a pressão.
A origem humilde do jamaicano na tranquila aldeia rural de Linstead, St. Catherine, na Jamaica, foi determinante para as espantosas realizações nas pistas. Powell teve uma infância muito difícil. Os seus pais, William e Cislyn Powell, muito religiosos, não permitiam que os seus filhos fossem a festas. A disciplina estava presente todos os dias, e ajudou a moldar Asafa . A família Powell viveu algumas tragédias e muito sofrimentos. O irmão Michael foi assassinado num táxi em Nova Iorque. Outro irmão morreu a jogar futebol. O próprio pai de Powell foi baleado durante um assalto. Mas os fortes laços da família e a fé em Deus ajudaram em momentos de grande adversidade e tristeza.
Quando foi aluno do liceu de Charlemount, o jovem vencia facilmente os outros colegas nos 100, 200 e 400 m, nas aulas . "A minha professora, a sra. Frazier, disse-me que podia ser atleta," recordou, após o seu primeiro recorde do Mundo. "Mas a única coisa que eu sabia sobre corridas era que eu podia vencer qualquer um - até mesmo colegas maiores do que eu." No liceu escreveu o seu sonho no anuário da escola: "Quero bater o recorde mundial".|