As raparigas leem e escrevem melhor que os rapazes? Estudo americano diz que sim
O desempenho das raparigas nos testes padronizados de leitura e escrita começa a ser melhor do que o dos rapazes logo no quarto ano de escolaridade, e essa diferença vai aumentando à medida que os anos passam. É esta a principal conclusão de um estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia, que analisou os resultados dos testes de mais de 3,4 milhões de estudantes, nos 4º., 8º. e 12º. anos nos EUA, durante 27 anos.
"O pensamento comum é de que os rapazes e as raparigas na escola primária começam com as mesmas habilidades cognitivas, mas esta investigação sugere o contrário", disse David Reilly, doutorando na Griffith University e principal autor do estudo, citado pelo Science Daily. De acordo com a investigação, publicada no American Psychologist, as raparigas demonstram "melhor capacidade de leitura e escrita que os rapazes" logo desde o quarto ano de escolaridade.
Os investigadores começaram por analisar os resultados da Avaliação Nacional do Progresso Educacional referentes ao 4º. ano, tendo encontrado logo aí diferenças no desempenho entre os dois géneros. Uma diferença que foi ainda maior no 8º. e no 12º. anos. E muito mais significativa para a escrita do que para a leitura.
Os autores apontaram várias explicações para as diferenças encontradas, nomeadamente o facto de os rapazes serem estatisticamente mais propensos a apresentar dificuldades de aprendizagem. Outra hipótese poderá estar relacionada com as diferenças comportamentais entre géneros, nomeadamente agressões físicas e desobediência, assim como distúrbios de atenção, que poderão estar na origem de maiores dificuldades ao nível da leitura e da escrita.
De acordo com David Reilly, existem, ainda, evidências de que as raparigas usam os dois hemisférios cerebrais quando executam as duas tarefas, enquanto os rapazes tendem a usar apenas um.
Para a equipa de investigação, as diferenças encontradas não sugerem necessariamente que rapazes e raparigas têm estilos de aprendizagem completamente diferentes, pelo que são necessários mais estudos para perceber quais as razões que explicam as diferenças entre géneros na leitura e na escrita.