As "novas" escolas de cidadania e participação democrática

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As associações de caráter juvenil, os grupos informais de jovens e as associações de estudantes são verdadeiras escolas de cidadania e de participação cívica e democrática. Pelo papel que assumem na sociedade, os jovens devem estar dotados de mecanismos que lhes possibilite desenvolver uma ação social e cívica em prol de uma sociedade mais equilibrada e consequentemente mais ativa. E são aqueles que se encontram mais próximos dos jovens que se apresentam como parceiros de excelência no desenho de políticas públicas, capazes de responder aos desafios da juventude. E como podemos dar resposta a esses desafios?

O associativismo jovem é o exemplo perfeito de um espaço de aprendizagem e crescimento pessoal e profissional. Acredito que as Associações de Estudantes - ou as AE"s, como são conhecidas - são verdadeiras escolas de competências, competências essas que, na maioria das vezes, não se conseguem adquirir no "banco de uma sala de aula".

Através da participação em associações de estudantes, os jovens desenvolvem competências de gestão, de comunicação, liderança, e de relações com os outros. Essas são competências essenciais para um caminho de sucesso no mercado de trabalho. Mas também, competências fundamentais para que possam intervir na sociedade e ser agentes de mudança.

Em Cascais, a participação e a capacitação juvenil" subiram de nível" no último ano, sendo já um exemplo para todo o país. O projeto AElevate, desenvolvido para o município, pelo Movimento Transformers, que trabalha com dezenas de voluntários em todo o território nacional, em conjunto com a equipa da Cascais Jovem, desenvolveram um programa "piloto" de capacitação dirigido a dirigentes associativos estudantis. O programa foi desenhado tendo por base uma abordagem holística e de proximidade junto dos jovens, contribuindo para a sua capacidade de lidar com problemas, adaptar-se à mudança, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas, dando-lhes a confiança e as competências necessárias para, não só terem uma maior capacidade de gestão da sua Associação de Estudantes, mas igualmente competências necessárias para uma vida em sociedade.

Um dos segredos do sucesso deste projeto passou por, ao longo do programa, os jovens serem desafiados a assumir a responsabilidade e a responsabilizar-se pelas suas ações, dando-lhes um papel ativo no seu desenvolvimento e onde possam aprender uns com os outros.

O envolvimento dos jovens nas Associações de Estudantes, enquanto agentes facilitadores de aprendizagens, passa por procurar disponibilizar a estes "espaços seguros" onde possam explorar sua identidade, experimentar processos de tomada de decisão, aumentar a sua confiança, desenvolver competências pessoais e interpessoais, contribuindo desta forma para escolhas mais informadas e conscientes.

É através de uma maior proximidade e envolvimento dos jovens nos diferentes programas, ações e projetos que conseguimos consubstanciar uma política de juventude eficaz. São estes quem melhor pode expressar as mudanças que diretamente lhes dizem respeito. É através do seu envolvimento, da valorização da sua experiência e do conhecimento que melhor poderemos criar um compromisso dos próprios no identificar de respostas aos seus próprios desafios e necessidades, para fazer do mundo um melhor local para viver, estudar ou trabalhar.

Vereador da Juventude - Câmara Municipal de Cascais

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