As medalhas de Pimenta e um algoritmo que deixou o país em polvorosa

Angola esteve no topo da atualidade: pela transladação do corpo de José Eduardo dos Santos para Luanda e as eleições. Que foram ganhas pelo MPLA, mas com uma grande perda de votos em relação a sufrágios anteriores. Em polvorosa ficou Portugal com as declarações de uma secretária de Estado que recorreu a algoritmos para "elogiar" haver menos área ardida que o previsto.
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Trasladação do corpo de José Eduardo dos Santos dá nova "guerra"

A guerra política e judiciária que envolve os filhos mais velhos do antigo presidente da república angolana José Eduardo dos Santos e as instâncias do país conheceu mais um episódio no dia em que o seu corpo foi transladado para Angola(morreu em Barcelona a 8 de julho). Uma decisão contestada, nomeadamente, por Tchizé e Isabel dos Santos, que acusam o governo de fazer um aproveitamento político da morte do pai, ao mesmo tempo que contestam a realização de um funeral de Estado e a entrega do corpo à viúva Ana Paula dos Santos. No meio de toda esta turbulência, a realidade é que a morte do homem que liderou Angola por várias décadas foi usada pelos dois lados da contenda.

As 121 medalhas de Pimenta em Europeus de boa memória

Fernando Pimenta é cada vez mais um nome incontornável no desporto. O canoísta já ganhou 121 medalhas e nos Europeus de Multidesportos que terminaram dia 21, em Munique, foi uma das figuras ao garantir três medalhas. Mas não foi só o atleta do Benfica que esteve em alta, pois a representação nacional obteve oito medalhas: além de Pimenta, Kevin Santos (canoagem), Norberto Mourão (canoagem adaptada), Pedro Pablo Pichardo e Auriol Dongmo (atletismo), Iúri Leitão (ciclismo de pista) também foram medalhados. Já no Europeu de Natação, a seleção obteve três Medalhas de Bronze: Angélica André (10km de águas abertas); Gabriel Lopes (220 metros estilos) e Diogo Ribeiro (50 metros mariposa). É caso para lembrar: há grandes atletas nacionais em várias modalidades.

O Estado de Calamidade na serra e no "algoritmo"

Ainda sob a polémica provocada pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, que anunciou que o governo tinha dados de um algoritmo que previa mais 30% de área ardida do que na realidade acontecera - o que levou a oposição a pedir explicações sobre o facto de achar que não terem ardido 30% do previsto é motivo de regozijo em vez de se optar por reformas da floresta - o governo decidiu declarar o Estado de Calamidade na Serra da Estrela, onde arderam 28 mil hectares. De imediato, Ourém, também muito fustigada pelos fogos, exigiu o mesmo estatuto, tal como fez Alvaiázere (Leiria). Exceto a Serra da Estrela, que vai ter um plano de recuperação em que vai ficar melhor do que estava (segundo o governo), os restantes esperam decisões.

"Morreu pela Rússia, na linha da frente"

Três dias depois do atentado em que morreu a filha Darya Dugina, o ultranacionalista Alexander Dugin marcou presença no funeral para dizer que a filha "morreu pela Rússia, na Pátria, na linha da frente. A linha da frente que não é na Ucrânia, mas aqui. Ela morreu pela nossa vitória, pela vitória russa". Considerado um ideólogo do presidente Vladimir Putin, Dugin é um defensor da invasão da Ucrânia (ou da "operação especial", como lhe chama o regime) e seria o alvo dos explosivos colocados no carro que deveria usar, mas que acabou por ser a filha a utilizar. A Rússia acusa a Ucrânia da autoria do ataque, Kiev assegura que foram os serviços secretos russos. A verdade saber-se-á, talvez, um dia.

Dia da Independência marcado por visitas e atentado em Dnipro

Com sirenes a avisar para possíveis ataques e um concretizado na Estação Ferroviária de Chaplino (Dnipro) que provocou dezenas de mortos, a Ucrânia assinalou o Dia da Independência (declarada em 1991) e os seis meses de invasão da Rússia. Data assinalada sem pompa, mas com a visita a Kiev do primeiro-ministro britânico Boris Johnson e do ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho. No caso do MNE português a visita ficou marcada pela visita a Irpin, situada a 20 quilómetros de Kiev e uma das localidades onde o Exército ucraniano resistiu aos ataques russos. É, por isso, considerada uma "cidade heroica".

MPLA manda em Angola, mas perde um mihão de votos

Um milhão de votos. Este foi o número "mágico" nas eleições angolanas, sufrágio que mostrou existir uma crescente vontade de mudança. O Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) continua a liderar o país e a indicar o presidente, pois foi o partido mais votado (obteve 51,07% dos votos), mas perdeu em Luanda e viu a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) aproximar-se na influência no eleitorado: 44,05% dos votos. Traduzido em mandatos na Assembleia Nacional, o MPLA tem 124 mandatos (maioria absoluta) e a UNITA 90, ficando os restantes seis lugares para outras três forças partidárias. Em termos práticos: não muda o partido que lidera o país, mas o aviso de que algo está a mudar fica feito...

Ordem dos Médicos quer alerta sobre o estado das Urgências

O caos praticamente diário que se tem vivido nas Urgências dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde em Portugal teve mais dois episódios, ambos com a mesma autoria: a Ordem dos Médicos. Perante a recomendação da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para se instaurar um processo disciplinar à médica de Ginecologia-obstetrícia que assistiu uma grávida que em junho perdeu o bebé no Hospital das Caldas da Rainha, o bastonário, Miguel Guimarães, respondeu desafiando a IGAS a fazer um alerta público sobre o estado das Urgências em Portugal. Ao mesmo tempo quer levar o regulamento sobre a constituição de equipas médicas nas Urgências à Assembleia da República. Ações justificadas com o facto de que "toda a gente fala da responsabilidade dos médicos e ninguém fala da responsabilidade dos políticos". Aguardam-se os próximos episódios deste confronto entre a Ordem e o governo.

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