As fotos virais do casal Zelensky. E os avanços e recuos de Moedas
Há acordos bons e necessários? Depende da opinião da Rússia
Vinte e quatro horas. Este foi o tempo que passou entre a assinatura de um acordo entre Rússia e Ucrânia (com a mediação da Turquia e da ONU) para o arranque da exportação de cereais e um ataque do exército russo ao porto de Odessa, infraestrutura essencial para esse transporte. Perante o rol de condenações que surgiram de imediato, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo desmentiu a autoria do ataque. Horas depois surgiu o reconhecimento oficial: na realidade, tinham sido disparados mísseis contra o porto com o objetivo de destruir "uma infraestrutura militar". Moral da história: os compromissos só são para cumprir quando dá jeito e mesmo assim depende da situação. E do atacante.
17,95 metros. O salto que valeu ouro para Pedro Pichardo
17,95 metros. Um salto = a uma medalha de ouro. Este é o resumo mais simples da passagem de Pedro Pablo Pichardo pelo Campeonato do Mundo de Atletismo, que se realizou em Eugene (EUA). O cubano de nascimento e português por naturalização alcançou aquela marca à primeira tentativa e somou a esta medalha a de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. O sétimo português a conquistar um título mundial no atletismo festejou o feito, agradeceu a Portugal - dedicou aos portugueses o troféu - e avançou já pelo menos dois objetivos: ser campeão da Europa e bater o recorde do mundo. É caso para dizer: ambição não falta ao atleta benfiquista.
Onde pára a polícia? Um filme muito repetido em Portugal
"Onde pára a polícia?" Deve ter sido uma pergunta que muitos fizeram perante a onda de casos de violência - com mortes por espancamento em Lisboa - e da notícia do encerramento ao atendimento público da principal esquadra da PSP no Porto. Foi um arranque de semana em que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, se reuniu com os presidentes das Câmaras de Lisboa e Porto, em que voltou às notícias o rácio de agentes de segurança existentes em Portugal por 100 mil habitantes (442,8, ou seja, mais do que a grande maioria dos países da União Europeia) e em que o governante garantiu que estão a ser estudadas novas forças de policiamento - as esquadras móveis, por exemplo. A verdade é que o sentimento de insegurança foi agravado e com o aproximar do grande mês de férias o governo teve de ir a correr anunciar medidas. E a polícia onde está?
Reduzir o consumo de gás, mas cada um decide como
Uma das consequências das sanções da União Europeia à invasão russa na Ucrânia é a cedência de gás por parte do governo de Vladimir Putin à Europa. Com alguns países muito dependentes dessa transferência - a Alemanha é um dos principais clientes -, a proposta da Comissão Europeia de todos os membros da UE se comprometerem a reduzir em 15% o consumo não foi bem acolhida. Portugal contestou e não esteve só. No final conseguiu não ter de cumprir essa meta.
Portanto, solidariedade europeia, sim, mas fazendo atenção às necessidades de cada país e às suas próprias especificidades...
As fotos do casal Zelensky que deram que falar (ou escrever)
O filósofo chinês Confúcio (552 a.C.-489 a.C.) disse uma vez que "uma imagem vale mais que mil palavras". Uma frase que por estes dias ganhou mais atualidade com a divulgação das fotos tiradas pela repórter fotográfica Annie Leibowitz, em Kiev, ao casal Volodymyr Zelensky e Olena Zelenska para a revista Vogue. As imagens da mulher do presidente da Ucrânia (país invadido pela Rússia em fevereiro) muito produzida e envergando criações de estilistas ucranianos - já Zelensky manteve o estilo de vestuário militar que tem usado desde esse mês - criaram um enorme buzz nas redes sociais, com as opiniões a dividirem-se entre quem aprova a ideia do casal em falar sobre a sua vida e em deixar-se fotografar na cidade e quem acha que foi um oportunismo sem explicação. Não se sabendo ao certo o que pretendeu o casal, a verdade é que conseguiram concentrar a atenção mundial.
Da Almirante Reis a Vasco Gonçalves. Os problemas de Moedas
A vida de Carlos Moedas na presidência da Câmara de Lisboa não tem sido fácil. As polémicas, avanços e recuos têm sido diversos, começando pela ciclovia da Almirante Reis até à mais recente: a eventual homenagem a Vasco Gonçalves. Pelo meio há a questão da recolha, ou não, do lixo na cidade e o futuro do aeroporto. Neste capítulo aeroportuário acrescente-se a saída da Assembleia Municipal - por motivos pessoais - na altura em que o tema estava para ser discutido. Quanto à possibilidade de haver um busto/estátua ou outra homenagem a Vasco Gonçalves, Moedas conseguiu dizer, em resposta à Associação Conquistas da Revolução, que era uma hipótese, mas depois recuou quando CDS, IL e outros partidos começaram a criticar.
O pedido de perdão que o povo indígena acha insuficiente
O Papa Francisco terminou a visita ao Canadá reforçando os pedidos de desculpa aos povos indígenas pela atuação da Igreja Católica no século XIX e até aos anos 70 do século passado, quando milhares de crianças foram obrigadas a frequentar colégios católicos. Atitude que foi considerada como "genocídio cultural". Em várias das suas intervenções, o Sumo Pontífice foi pedindo desculpa por essas situações - "estou triste, peço perdão", "erro devastador", foram algumas das expressões usadas -, mas também ouviu protestos e o governo canadiano a expressar publicamente que esta viagem de penitência não é suficiente para "apagar" o que foi feito a mais de 100 mil crianças.