As excursões ao 7 de outubro
Já foram pelo menos três as excursões que o governo de Israel organizou para a imprensa estrangeira. E já são mais de dois mil os jornalistas acreditados para fazer a cobertura esta guerra.
A partir de Jerusalém ou de Telavive, os autocarros partem mais ou menos cheios. É preciso espaço extra, são muitas equipas de televisão com a sua parafernália. Cada jornalista também tem de levar os seus próprios meios de defesa; leia-se, colete à prova de bala e capacete.
Parece confuso? Imagine que a meio do caminho se decide pôr toda agente e toda a tralha num só autocarro, para facilitar a escolta militar que os soldados têm mais que fazer.
Caótico o suficiente? Então resta acrescentar que "por questões de segurança" é preciso mudar o destino. É preciso alterar percursos. É preciso parar e esperar, sem saber bem porquê. Várias vezes.
Finalmente, como prometido, entramos num kibutz e falamos com sobreviventes e um membro da Zaka, a unidade especial de resgate, mais conhecida por recolher os pedaços de corpos em atentados para que os funerais cumpram os preceitos religiosos.
E é legítimo os jornalistas aceitarem a "boleia" de um dos lados do conflito? Mesmo que seja muito difícil aceder a estes locais de outra forma? Será diferente das visitas guiadas que Zelensky fez a Bucha?
É discutível. Não é uma decisão fácil. Mas isto não se faz sem dúvidas.
Diz-se por aqui que quem controla a água controla a guerra, mas desta vez todos acreditam que quem conquistar os corações pode estar mais perto.