As duplas da TV

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Não é fácil trabalhar em dupla na televisão. Primeiro, porque nem toda a gente está disposta a partilhar o palco. Em segundo lugar, porque é preciso uma grande cumplicidade para que essa partilha seja natural. E, finalmente, havendo sempre um elemento mais forte, dominante, nas parelhas, é desejável que haja um fenómeno de vasos comunicantes: ao mesmo tempo que o dominante cede espaço, o outro tem de se agigantar para o ocupar.

Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira são o melhor exemplo nesta matéria. Funcionam às mil maravilhas. São gémeos na forma de encarar o entretenimento, trabalham juntos há anos suficientes para se conhecerem muito bem e têm os seus papéis muito bem definidos na gestão do palco. Mérito de Manuel Luís, claro, que soube partilhá-lo. Mérito de Cristina, que soube conquistá-lo.

João Baião e Tânia Ribas de Oliveira é outro par que, percebe-se, convive naturalmente. São ambos amigos há muitos anos e têm no respeito a base dessa amizade. Em cena funcionam na perfeição e são queridos dos portugueses. Ainda sexta-feira, a sua ida ao 5 para a Meia Noite o confirmou: o late night show da RTP1, apresentado por Nilton, bateu o recorde de sempre: 315 mil espectadores. Se Baião e Tânia estivessem noutro canal, com audiências mais comerciais que as da RTP1, seriam provavelmente líderes de audiência no horário que fossem colocados.

José Carlos Malato e Marta Leite de Castro precisam de mais tempo, de mais entrosamento. Malato, para mim um dos mais completos da sua área, é claramente o líder. Não raras vezes, Marta anula-se e esconde-se nas entrevistas. É desejável que ambos o percebam. O sucesso desta nova vida do Portugal no Coração depende também disso: nem Malato pode ser um eucalipto, nem Marta se pode deixar secar.

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