As caixas multibanco e os dois desafios

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É frequente não dar o valor devido ao que de melhor se faz neste País. A rede de caixas Multibanco - internacionalmente conhecidas pela sigla inglesa ATM - é, sem dúvida, um desses casos. Ela é das mais densas e mais fiáveis, fornecendo um conjunto de serviços de proximidade muito mais versátil, seguro e cómodo do que aquilo que é possível encontrar em países economicamente mais avançados do que Portugal. Mas este é um daqueles casos nos quais é preciso ver para crer: quem não teve a oportunidade de deslocar-se ao estrangeiro, nem precisou de efetuar alguma transação ou levantar dinheiro lá fora, considera que tudo aquilo que tem à mão é trivial e não tem custos.Acontece que a Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) tem os seus custos para poder oferecer a gama de transações possíveis na rede Multibanco. Mas, ao fazê-lo, concorreu igualmente para facilitar a vida da banca de retalho, permitindo-lhe reduzir de forma decisiva o número de colaboradores por agência, contribuindo, assim, para os grandes ganhos de produtividade atingidos.Vítor Bento, presidente da SIBS, alertou os parlamentares para a impossibilidade de desenvolver novos produtos inovadores por falta de receitas da sociedade e sugeriu que se introduzisse um imposto de selo sobre os levantamentos em dinheiro. São dois desafios, que merecem ser analisados em profundidade. O primeiro chama a atenção para que se apure com rigor a repartição de benefícios entre o público e os seus bancos, para que a empresa se mantenha apta a ir progredindo qualitativamente na sua atuação junto de todos aqueles que recorrem às suas ATM. O segundo sugere uma fonte adicional de receita fiscal para o Estado, mas, mais do que isso, constitui um desincentivo aos pagamentos em notas, contribuindo, assim, para combater a economia paralela. Veremos se estas duas sugestões merecem a atenção dos legisladores.

Igualdade salarial

As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens em Portugal, 808 euros contra 985, segundo os últimos dados disponíveis do INE, que datam já de 2011.Ora este fosso, que teima em permanecer, é especialmente grave quando se trata de trabalho igual remunerado de forma distinta. Perante esta injustiça continuada, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) voltou a escolher o dia 6 de março como o da desigualdade salarial, num esforço para despertar as consciências e o legislador. A dois dias de se assinalar o Dia Internacional da Mulher, convém relembrar um alerta feito no final do ano passado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI, pela primeira vez liderado por uma mulher!) de que a presença feminina no mercado de trabalho reforça a riqueza de qualquer nação. E com o PIB a poder crescer até 34% num país como o Egito e mesmo uns 5% nos Estados Unidos, que foram pioneiros a integrar as mulheres na vida laboral, quando estas substituíram nas fábricas os homens chamados a combater na Primeira Guerra Mundial.

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