Árvore em Belém obriga PSP a reforçar vigilância

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«Vim de propósito aqui para ver o pinheiro todo iluminado», confessou, muito sorridente, Laura Tinoco Ribeiro, de 78 anos. E, tal como esta moradora no Lumiar, também vieram os vizinhos e muitas centenas de pessoas, de todas as idades e até de várias nacionalidades. Muitos vão em romaria a Belém, não para ver o Deus menino, mas a maior árvore de Natal da Europa e a segunda a nível mundial.

Os seus 62 metros de altura - equivalentes a 20 andares - e os sofisticados jogos de luzes que se podem ver a grande distância têm atraído muitos curiosos a esta zona de Lisboa, transformando-a, por vezes, no centro de grandes engarrafamentos.

De facto, fonte da PSP confirmou ao DN que «tem havido mais trânsito e também mais acidentes na zona, principalmente depois de escurecer, quando a árvore fica iluminada». De acordo com a mesma fonte, o ringue de patinagem, instalado ali perto, defronte do Palácio de Belém, «também tem atraído muita gente». Para fazer face a esta situação, «a esquadra da PSP de Belém reforça o policiamento na zona e a Divisão de Trânsito também destaca mais pessoal para aqui», revelou este responsável.

«Ao fim-de-semana a confusão é ainda maior», confessou ao DN um funcionário que faz o serviço de vigilância no perímetro da árvore de Natal de Belém. Desde que foi inaugurada a imponente iluminação, no dia 20 de Novembro, «tem sempre aumentado o número de pessoas que aqui vem para ver o espectáculo».

Segundo referiu, «o trânsito fica complicado na zona, porque as pessoas vêm a conduzir na estrada, vêem as luzes da árvore a acender, começam a abrandar e vão parando, tanto de um lado como do outro». E ontem estava demais. Desde o meio da tarde que não havia lugar onde estacionar o carro e o excesso de trânsito gerou grandes engarrafamentos na zona.

O vigilante queixa-se que passa o dia a repetir a mesma informação. Muitas pessoas vêm perguntar-lhe quando ligam as lâmpadas. E a resposta é sempre a mesma: «Às seis da tarde».

Por ali se vão juntando curiosos, à espera que as luzes se acendam. São centenas a olhar para o ar, de olhos postos no céu e no cume da árvore. Tudo a fazer lembrar as multidões que ficavam à espera do espectáculo Aqua Matrix na Expo'98, que começava à meia-noite com muitos jogos de cores, luz e som.

Laura Tinoco Ribeiro saiu do Lumiar às 16.30 e ficou sentada num banco de pedra, mesmo em frente à árvore de Natal. «Vim de propósito para ver o pinheiro aceso. Tenho-o visto na televisão e é muito bonito. Faz-me lembrar a minha terra - na Areosa, em Viana do Castelo -, onde se faz umas rendas», contou ao DN.

Apontando para cima, Laura fica a pensar alto «no trabalho que isto não deve ter dado. E o dinheiro que se gastou. Mas vale a pena. Costuma-se dizer que gastá-lo na farmácia é que é pior».

Enquanto esperava, apareceu um grupo de quatro vizinhos. Os cinco gritaram «ena!!» e bateram palmas, quando ligaram as luzes. «Pronto, já está visto», disse uma senhora, mas a outra aconselhou-a a esperar, porque «o senhor vai acender mais». Com os olhos a brilhar, Laura confessou: «Aqui é mais bonito do que na televisão.»

A noite e as luzes foram atraindo mais gente, formando longas filas na barraquinha das pipocas. Uma história de Natal que promete repetir-se até 6 de Janeiro.

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