Artistas querem mais dinheiro do YouTube pela sua música

Em causa está a diferença de pagamento entre o site de vídeos e os concorrentes, bem como o sistema de licenças
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Vários eram os artistas que já se haviam manifestado sobre a diferença de pagamento sobre direitos de autor entre o YouTube, empresa detida pela Google, e os principais concorrentes, como o Spotify ou o iTunes, da Apple. A uma lista com nomes como Katy Perry, Lionel Richie, Christina Aguilera, Billy Joel e Rod Stweart, junta-se agora o baterista Nikki Sixx, da banda californiana Mötley Crüe e Six:A.M., com uma postura mais peremptória.

"O Youtube paga cerca de um sexto do que o Spotify ou a Apple pagam aos artistas", começou por denunciar Nikki, ao Guardian. O cantor justificou a posição também pelo facto de que "os artistas são grande parte daquilo que construiu o modelo de negócio do YouTube, uma vez que as músicas são o mais pesquisado na plataforma."

O problema está intrinsecamente relacionado com a lei de Safe Harbour (Porto Seguro, em tradução literal), que permite aos utilizadores carregar para o YouTube música sem que o autor seja notificado. Não querendo fazer dos músicos "polícias da Internet", o sistema de licenças do site de vídeos faz com que toda a obra não autorizada dos músicos carregada por fãs seja inviabilizada. Mas há uma contrapartida: para esse trabalho ser feito, os artistas têm de concordar com a distribuição de dividendos (royalties) feita pelo YouTube, que reclamam não ser justa.

Do lado da Google, a resposta veio pelo porta-voz do YouTube, citado pelo Guardian, que revelou que aquela empresa "pagou milhares de milhões à indústria musical e que está empenhada em produtivas conversas com editoras para aumentar a transparência do pagamento de royalties." "Acreditamos que fornecendo maior visibilidade aos artistas e autores através do dinheiro ganho através do YouTube estamos a resolver muitos destes problemas", acrescentou ainda o porta-voz, que apontou para o sistema de subscrição e o crescimento do modelo assente na publicidade para a chave das receitas.

O responsável revelou ainda que "90% do conteúdo sob licença de direitos de autor resulta em dividendos, o que por conseguinte se traduz em receita para os parceiros da empresa", ou seja, para os músicos.

Às possíveis críticas sobre a hipotética ganância dos músicos, James Michael, membro na banda de Nikki Sixx, disse que a luta não é feita apenas pelos que já estão no topo da indústria, muito pelo contrário: "Isto é sobre o artista desconhecido, como nós já fomos. Nós vamos tendo oportunidades mas essas oportunidades não aparecerão se não houver equilíbrio. Isto trata-se do futuro da música."

A defesa do YouTube sustenta-se nos valores que a empresa já pagou ao mundo da música e nos inúmeros artistas que construíram a sua fortuna com receitas adquiridas através de visualizações na plataforma de transmissão de vídeo.

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