Artes na vida e na família

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Já o pai era ensaísta e investigador literário e o avô professor e escritor

O escritor Eduardo Almeida Prado Coelho, falecido no último dia 25 em Lisboa, nasceu na freguesia de Santa Isabel nesta cidade a 29 de Março de 1944. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em 1983 e onde foi assistente. Foi professor na Universidade Nova de Lisboa e na Sorbonne. Após a revolução de 74, foi director-geral de Acção Cultural no Ministério da Cultura. Tendo vivido em França entre 1988 e 98, foi conselheiro cultural na Embaixada de Portugal e director do Instituto Camões em Paris. Estudioso de teoria literária, publicou vários ensaios e diários. Também foi jornalista, tendo mantido durante os últimos dez anos uma coluna diária, de referência no meio intelectual. Divorciou-se três vezes. Sendo filho único, também teve só uma filha, a jornalista Alexandra do Prado Coelho, fruto do seu primeiro casamento. Tinha um neto.

A sua família é claramente dedicada às letras. O seu pai foi o professor Jacinto do Prado Coelho catedrático de Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras de Lisboa, e nasceu também em Santa Isabel, em 1920. Foi presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores e da Academia das Ciências e dirigiu a revista Colóquio/Letras. Foi ensaísta e investigador literário, tendo deixado uma vasta obra, que revelou aspectos dos grandes autores nacionais e de outros quase desconhecidos. No seu percurso académico formou as várias gerações de filólogos que se lhe seguiram. Teve a responsabilidade da edição de dicionários de língua e de literatura portuguesa. Começara a escrever aos 15 anos (poesia, narrativa e ensaios), tendo-se doutorado aos 27. Casara na Igreja de São Mamede em 1943 com Dália dos Reis Almeida, igualmente licenciada em Filologia Românica, que foi professora do ensino secundário. A mãe de Eduardo Prado Coelho também nasceu em Lisboa (São Mamede), sendo filha de Adelino Gonçalves de Almeida, comerciante oriundo de Oliveira de Frades (Lafões) e de Deolinda Amélia dos Reis, de Lisboa (Monte Pedral).

O avô paterno de EPC, António Diogo do Prado Coelho, também foi professor e escritor. Nascido em Lisboa (Pena) em 1885, formou-se no Curso Superior de Letras (que viria a transformar-se na Faculdade de Letras de Lisboa, onde seu filho e seu neto se formaram e deram aulas). Foi professor no Liceu de Lamego (1907-14), no Liceu Pedro Nunes (1914-30) e no Liceu Camões (desde 1929). Dedicou--se também ao ensaio e à teoria da literatura. Casou com Palmira de Almeida, natural de Almacave, Lamego, filha de Luís de Almeida e de Maria Firmina de Almeida.

O bisavô paterno de Eduardo Prado Coelho foi Guilherme Eduardo Coelho, natural do Funchal, tipógrafo que foi curiosamente "compositor" do Diário de Notícias, ou seja, responsável pela paginação, no tempo em que as máquinas ainda não sonhavam com computadores. Casou em Santa Justa com Maria Guilhermina da Encarnação do Prado, de Lisboa (Anjos), filha do major de engenharia Roberto de Deus do Prado e de sua mulher Mariana de Jesus, de quem des- cende toda esta família.

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