Arquitectura japonesa em dez novos projectos

Publicado a
Atualizado a

Kengo Kuma participou na Trienal de Arquitectura, em 2007, e Sou Fujimoto esteve recentemente no Fantasporto. Mas os eventos de arquitectura japonesa em Portugal têm sido escassos e esporádicos, e da arquitectura portuguesa pouco mais se conhecerá no Japão do que o trabalho de Álvaro Siza e Souto de Moura. Motivos que justificam a apresentação de Processo (In)Visível, a exposição que a Ordem dos Arquitectos (OA) inaugura a 1 de Junho em Lisboa.

Durante um mês, a obra de dez arquitectos e ateliers japoneses (contextualizada pelo crítico Shunsuke Kurakata) será analisada de um modo que pretende "fugir um pouco à tradicional exposição de arquitectura", explicou ontem à imprensa o arquitecto Tiago Borges, que com Francisco Spratley e Kaoru Fujii coordenou, em Barcelona (onde vivem), esta mostra comissariada por Yoshihide Kobanawa e inspirada na exposição Continuidade versus Mutação, levada à Bienal de Bucareste em 2006.

Dos primeiros esboços, leituras do terreno e maquetas de estudo à fase de obra e conclusão do projecto, Processo (In)visível tenta mostrar, justamente, que a arquitectura envolve muito mais do que os desenhos limpos e as fotos dos edifícios já acabados que habitualmente se exibem.

Pertencentes a duas gerações diferentes (entre os 30 e os 50 anos) que têm despertado o interesse das publicações internacionais, participam neste projecto de divulgação os arquitectos Jun Aoki (Museu de Arte de Aomori), atelier CAt (escola primária Mihama Utase), Tetsuo Furuichi (ginásio municipal de Aira), Mount Fuji Architects Studio (edifício Cruz Branca), Kazuyasu Kochi (Casa "Jardim"), Sou Fujimoto (Casa N), Jun Igarashi (Casa "Rectângulo de Luz"), Kengo Kuma (estação Hoshakuji e área de descanso), Kumiko Inui (bloco de apartamentos) e Hiroshi Sambuichi (Inujuma Art Project).

Com programas diferentes, propostas formais diferentes e diferentes respostas em termos de respeito pela tradição e uso de tecnologia, Processo (In)Visível revela os projectos em dez painéis com formato de cronologia, e é complementada por um ciclo de conferências (ver caixa) e dois vídeos (um sobre o ambiente de cada atelier, outro sobre trabalhos finais de estudantes de arquitectura).

Organizada pela Secção Regional Sul da OA e apoiada, entre outras entidades, pela Embaixada do Japão em Lisboa, esta exposição dedicada às linguagens da arquitectura contemporânea japonesa poderá ajudar a determinar as "pontes" possíveis com Portugal.

E tem uma apresentação "muito oportuna "em Lisboa, "neste momento em que se clarificam as responsabilidades dos arquitectos e de outros agentes que interferem na construção do território", considerou Leonor Cintra Gomes, presidente da secção Sul da Ordem, referindo-se à recente revogação Decreto-Lei 73/73 - que durante 36 anos permitiu a profissionais de outras áreas assinar projectos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt