ARCOlisboa: "Oportunidade de internacionalização da arte portuguesa"
O diretor desta Feira Internacional de Arte Contemporânea, Carlos Urroz, afirmou esta segunda-feira que o evento "será uma oportunidade para a internacionalização da arte portuguesa", e que a organização pretende dar continuidade ao certame em 2017
O responsável falava numa conferência de imprensa, no Teatro São Luiz, em Lisboa, para apresentação do programa completo da feira, que decorrerá entre 25 e 29 de maio na Cordoaria Nacional com um total de 45 galerias de oito países, 18 delas portuguesas.
"Cerca de 30 comissários internacionais vêm a Lisboa ver as galerias e os artistas portugueses, que vão ter contacto também com galerias estrangeiras", sublinhou Carlos Urroz sobre as oportunidades que serão criadas de divulgação para o estrangeiro.
Um dos objetivos da feira, que trará a Lisboa mais de uma centena de colecionadores e profissionais da arte contemporânea, é "estabelecer um diálogo com os principais agentes da arte contemporânea do circuito internacional".
Questionado pela agência Lusa se há vontade da organização em dar continuidade à feira - que será o primeiro projeto internacional da ARCO, há 35 anos em Madrid - Carlos Urroz garantiu que "há vontade de continuar".
"Não queremos fazer uma feira por fazer. Queremos que seja um projeto sustentável, que perdure, que esteja vinculado à cidade, aos artistas, galerias e que dure 35 anos, pelo menos", comentou.
Quanto a eventuais alterações, disse que depois da feira será feita uma avaliação para eventuais "ajustes de algo que não funcione bem", mas a ideia é continuar e que o projeto se mantenha na Cordoaria Nacional.
Sobre os motivos de só este ano a ARCO vir a Lisboa, o responsável disse que a ideia esteve sempre presente na organização, mas foi necessário "esperar o momento adequado".
"Pensámos que agora tem sentido porque também teve o apoio das galerias e das instituições", justificou sobre o certame que tem um orçamento de um milhão de euros com o apoio do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal de Lisboa, da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), e do Turismo de Portugal, entre outras instituições.
Joana Gomes Cardoso, presidente da EGEAC, considerou que as vantagens da ARCOlisboa para a cidade serão sobretudo "permitir o cruzamento dos galeristas, artistas e curadores do país com todo um grupo que vem associado ao certame de colecionadores, curadores, diretores de instituições" de Espanha e de outros países.
"O público terá acesso ao que se faz neste momento em arte contemporânea internacional, mas também o potenciar das relações que se podem criar com o setor das artes visuais e contemporâneas", sublinhou, acrescentando que poderá ser "um marco importante".
Por seu turno, também Cristina Guerra, membro do comité organizador da ARCOlisboa, mostrou-se convicta da oportunidade da arte portuguesa poder internacionalizar-se mais com o certame: "Temos uma grande dificuldade na internacionalização da arte portuguesa e esta será uma forma de avançar nesse sentido e na capacidade de estar no mercado global".
"As feiras de arte contemporânea começam e acabam mal em Portugal. Com a organização da ARCO desejo que seja diferente e que tenha continuidade", disse ainda a galerista, criticando o mau funcionamento da lei do mecenato e dos museus do país.
As galerias selecionadas são 3+1 Arte Contemporânea, Ángeles Baños, Anne Barrault, Baginski, Baró Galeria, Belo-Galsterer, Carlos Carvalho Arte Contemporanea, Caroline Pagès, Christopher Grimes, Cristina Guerra Contemporary Art, Espacio Minimo, F2 Galeria, Fernando Santos, Filomena Soares, Fonseca Macedo, Giorgio Persano, Graça Brandao, Horrach Moya e Jaqueline Martins.
Àquelas galerias juntam-se João Esteves De Oliveira, José De La Mano, Juana De Aizpuru, Knoerle & Baettig, Leandro Navarro, Leyendecker, Leon Tovar, Luciana Brito, Luis Adelantado, Luisa Strina, Maisterravalbuena, Mario Sequeira, Miguel Nabinho, Murias Centeno, NF, Nueveochenta, Parra & Romero, Pedro Cera, Pedro Oliveira, Pietro Sparta, Presença, Quadrado Azul, Slowtrack, Umberto Di Marino, Vera Cortes Art Agency e Vermelho.