Aprender, brincar e evoluir

Publicado a
Atualizado a

Divulgar os diversos campos da ciência e mostrar, de uma forma simples, como se materializa, no dia-a-dia, aquilo que os manuais nos ensinam, de uma forma fria e distante. É assim no Visionarium, o Centro de Ciência do Europarque, em Santa Maria da Feira, que desde há sete anos tenta dessa forma estimular a aproximação precoce aos fenómenos científicos. Por ano é visitado por mais de 150 mil pessoas.

O Visionarium é um museu, com salas temáticas, muitas exposições permanentes, algumas temporárias e com oficinas científicas para todos os gostos. É um museu diferente. Aqui pode mexer-se, experimentar. Por isso, o centro tem uma equipa de técnicos sempre pronta a reparar aquilo que o visitante mais entusiasmado danifica. O público tipo são as crianças, que chegam aos magotes em autocarros, e muitas vezes é difícil controlar a vontade inata de exploração dos mais novos. "Por vezes são interactivos de mais", confirma Jorge Madureira, um dos guias que acolhe o visitante. Mas as visitas são abertas a todo o tipo de público, de todas as idades. E na hora da visita está tudo reparado e operacional para uma nova viagem pelo conhecimento.

Na realidade, aquilo que o Visionarium proporciona é uma complementaridade pedagógica no domínio da experimentação científica. "Aqui, crianças e adultos podem ver ao vivo e experimentar aquilo que aprendem ou aprenderam na escola", refere ainda Jorge Madureira. Tudo de uma forma simples, ligando a ciência ao quotidiano do visitante e, quem sabe, uma oportunidade para se descobrirem vocações.

Depois de uma sala destinada a actividades paralelas, como festas de aniversário por uma noite, sempre com o tema da ciência como pano de fundo, o visitante entra no mundo do Visionarium. Em cada sala é recebido com o testemunho virtual e a três dimensões dos grandes exploradores Fernão de Magalhães, Mendeleiev, Hubble, Mendel e, finalmente, do próprio visitante.

Fernão de Magalhães introduz- -nos na Odisseia da Terra. Na imagem espectral à entrada da sala o explorador convida-nos a descobrir os conceitos e noções científicas ligados à exploração do nosso planeta. Situando-se num mapa, o visitante pode calcular a latitude e longitude e perceber o funcionamento de instrumentos de navegação de diferentes épocas, desde astrolábios, bússolas e almanaques até ao actual GPS. É ainda apresentado o princípio de funcionamento de roldanas, do plano inclinado, de parafusos e de alavancas. Seguem-se depois as demonstrações ligadas ao princípio de Arquimedes, em que o comportamento de dois objectos é comparado através de um conjunto de montagens com um macaco hidráulico e tubos de Torricelli que ilustram o conceito de pressão hidrostática. Os fluídos em movimento são também demonstrados, pois navegar é deslocar-se em meios como a água e o ar.

A etapa seguinte leva-nos à Odisseia da Matéria. Na sala Mendeleiev é obrigatório observar, reflectir, compreender e experimentar. Uma viagem aos modelos científicos do átomo e aos estados da matéria. Aqui, o visitante fica ainda a conhecer as partículas com carga eléctrica, que se manifestam de formas variadas. Como a aurora boreal. Mas é o écrã de raios catódicos que chama mais a atenção dos pequenos, que acham graça às pequenas linhas de luz a serem atraídas pela energia emanada das suas mãos.

Os telescópios com os seus espelhos de forma parabólica monopolizam o espaço destinado ao Universo. A Terra, a Lua e o Sol são os três pólos temáticos da sala Hubble onde se podem descobrir os mecanismos dos eclipses. Nesta área encontra-se outra das experiências que o visitante mais gosta e que para sempre recordará. Após contemplar a paisagem de um planeta à escolha fica a conhecer o seu peso à superfície do mesmo.

Pouco depois, surge um monge de aspecto austero e que transmite uma mensagem fascinante e cheia de alegria ao visitante. É Mendel que nos diz que os seres humanos são todos únicos mas ao mesmo tempo mais parecidos entre si do que diferentes. O corpo humano é visitado, é explicado o ADN, o sentido da audição, da visão, do olfacto e do tacto. Esta sala é ainda multi-sensorial e quem lá entra é confrontado com um jogo que põe à prova os seus sentidos, numa combinação de luz e sons que não se verificam normalmente.

A viagem termina com a Odisseia da Informática. Aqui o explorador científico é o próprio visitante, até porque a informática está ainda em pleno desenvolvimento. É o papel de cada um no avanço do mundo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt