Apreendidos 53 quilos de meixão e redes fora do rio
De acordo com o major Jorge Caseiro, comandante do Destacamento de Controlo Costeiro da Figueira da Foz, o meixão apreendido "cerca de 210.000 exemplares" possui um valor comercial de mais de 21 mil euros (400 euros por quilo) e "foi, de imediato, devolvido ao rio".
As 60 redes apreendidas, com um valor comercial de 45 mil euros e larguras entre os 50 e 70 metros "constituem a maior apreensão dos últimos anos", indicou.
"Já há muitos anos que não tirávamos 60 redes do rio, habitualmente as apreensões andam entre as 30 e 40", adiantou.
"A pesca do meixão, apesar de ilegal, continua a ser uma prática reiterada e temos notado algum crescimento desde o início do ano", afirmou Jorge Caseiro.
Sobre os motivos que levam ao crescimento desta prática ilegal, o oficial da GNR admite que a atual situação de crise "é sempre citada", a juntar a "alguma profissionalização" de quem se dedica à pesca do meixão.
"Há quem tivesse uma ou duas redes no rio e agora aparece com seis ou sete", explicou.
"Há também algum sentimento de alguma impunidade porque nós [GNR] não podemos andar sempre no rio", adiantou.
Por outro lado, e embora recusando-se a comentar decisões judiciais em concreto, Jorge Caseiro frisa que as sentenças administrativas e dos tribunais "não têm sido suficientemente gravosas" para os prevaricadores.
"Esta prática é crime e sendo crime poderá levar a prisão efetiva. Mas não tem sido essa a prática corrente, preso acho que não vai ninguém", sustentou.
A própria atividade, apesar de ilegal e aparentemente lucrativa, "é difícil" para os que a ela se dedicam, diz Jorge Caseiro.
"Têm de andar a fugir à GNR, a trabalhar sempre à noite, dentro de água a puxar redes, não é fácil", considerou.
Na operação do Destacamento de Controlo Costeiro da Figueira da Foz, que decorreu ao longo da última semana e envolveu 90 militares, apoiados por duas embarcações e seis viaturas, foram detidos três homens, cuja audiência em tribunal foi adiada e apreendida uma viatura.
Estiveram ainda envolvidos dois biólogos da Universidade de Coimbra, que procederam à recolha de amostras do conteúdo capturado pelas redes "contribuindo assim para um maior conhecimento dos efeitos desta prática ilegal", referiu.