Apito do bancário Hugo Miguel já rendeu 19 mil euros
Arbitragem. Lisboeta lidera lista das remunerações
Xistra é o internacional que mais ganhou esta época com 14 mil euros
A conta bancária de Hugo Miguel regista, desde que a época futebolística começou, há cinco meses, a entrada de quase 19 mil euros provenientes da Liga de clubes e Federação Portuguesa de Futebol. Com dois anos e meio de árbitro de 1.ª categoria e sem nenhum jogo "grande" no currículo, Hugo Miguel , de 31 anos, lidera os ganhos dos árbitros da presente temporada, na qual já dirigiu 20 jogos.
A Liga de clubes paga 1090 euros por cada jogo no escalão maior, 800 nos encontros da Honra e 25% destes valores aos quartos árbitros. Na Taça de Portugal, os árbitros recebem 560 euros, enquanto na Taça da Liga o pagamento é feito consoante as equipas envolvidas - com duas equipas da Liga de Honra é pago como um jogo do segundo escalão e qualquer jogo com equipas da Liga é como da primeira divisão. Os árbitros recebem ainda um subsídio de treino mensal, de 400 euros.
Sem contabilizar os jogos internacionais, o lisboeta Hugo Miguel, bancário de profissão, já apitou 20 jogos, 16 dos como árbitro principal e quatro como quarto juiz, o que financeiramente se traduziu num ganho de 18 735 euros, ou seja, uma média de 3747 euros por mês.
No pódio, além de Hugo Miguel (15.º do ranking da arbitragem, num quadro de 25 juízes) estão ainda o lisboeta João Capela (11.º classificado), com 17 507,50 euros, e o bracarense Cosme Machado (13.º), com 17 190 euros. No top 10 da lista dos proveitos dos juízes, elaborada pela Lusa, não figura nenhum dos internacionais. O estreante Augusto Costa, que ainda não apitou qualquer jogo do principal campeonato é o árbitro com menores ganhos: 9802 euros.
O primeiro árbitro internacional a surgir nesta lista é Carlos Xistra, na 11.ª posição, com 14 060 euros, consequência de 15 encontros nas competições nacionais. Logo a seguir surge o leiriense Olegário Benquerença, com 13 950 euros. Mas os ganhos de Olegário com a arbitragem são bem superiores quando contabilizadas as quatro partidas realizados na Liga dos Campeões.
Quatro lugares abaixo está o portuense Jorge Sousa, melhor árbitro da temporada passada, que, apesar de já ter apitado oito jogos da Liga (o mais nomeado), ainda só recebeu 13 442 euros. Dos internacionais, o mais mal classificado nesta tabela é o lisboeta Duarte Gomes, que amealhou até ao momento 11 532 euros.
O portuense Paulo Costa (13 932,50 euros), os setubalenses Lucílio Baptista (13 932,50) e Bruno Paixão (13 902,50) e o lisboeta Pedro Proença (12 590) são os restantes internacionais. João Ferreira, também tem esse estatuto, mas ainda não dirigiu qualquer jogo por ter estado em missão militar no Líbano. Rui Silva é outro árbitro do quadro principal que não aparece nestas contas, por estar impedido de dirigir jogos devido ao processo "Apito Dourado".
Com a profissionalização da arbitragem, um projecto que deverá entrar em vigor na próxima época, as compensações dos árbitros vão conhecer um aumento de praticamente o dobro.