Na próxima quarta-feira, o antigo ministro das Obras Públicas, do Governo de José Sócrates, António Mendonça vai esclarecer os deputados sobre a renegociação do contrato da concessão conhecido como o comboio da Ponte 25 de Abril, realizada em 2010, altura em que estava no Governo. .As próximas audições, naquela que será a terceira semana em que a comissão de dedica ao eixo ferroviário norte/sul, foram calendarizadas na reunião de coordenadores que se realizou na manhã de hoje, adiantou à Lusa fonte do grupo parlamentar do PSD. .Na próxima terça-feira será a vez de Humberto Pedrosa, presidente do grupo Barraqueiro, grupo que detém a Fertagus, empresa concessionária do comboio da ponte, desde 1999, responder às questões dos deputados. .A Polícia Judiciária efetuou na passada terça-feira buscas nas casas dos ex-ministros das Obras Públicas, Mário Lino e António Mendonça, e do ex-secretário de Estado Paulo Campos, confirmou à Lusa fonte judicial..De acordo com a mesma fonte, foram também realizadas buscas na casa de uma vogal do conselho de administração das Estradas de Portugal e ex-adjunta de António Mendonça. .As buscas foram efetuadas no âmbito de um inquérito crime às PPP, a decorrer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e tinham por objetivo a procura e apreensão de documentos. .Por agendar estão ainda, no âmbito desta parceria, a audição dos dois ministros das Obras Públicas, dos governos PSD, Carmona Rodrigues e António Mexia, que ocuparam o cargo no período que antecedeu a primeira renegociação do contrato de concessão. .O eixo ferroviário norte/sul é hoje uma parceria público-privada bem-sucedida, de acordo com a última auditoria do Tribunal de Contas ao contrato de concessão Fertagus, que, a partir de janeiro de 2011, deixou de auferir indemnizações compensatórias pagas pelo Estado. .Mas nem sempre foi assim: até 2010, o Estado pagou à concessionária Fertagus cerca de 102,8 milhões de euros quer por compensações de desequilíbrios financeiros, quer por compensações pela prestação de serviço público. .O contrato de concessão à Fertagus, celebrado em 1999, com o então ministro do Equipamento, João Cravinho, foi renegociado em 2005, tendo sido abandonado o sistema de bandas de tráfego e adotado a contratualização da prestação do serviço público, com exigência de serviços mínimos garantidos. .A Fertagus, empresa do grupo Barraqueiro, serve atualmente 14 estações numa extensão de linha de 54 quilómetros, entre Roma-Areeiro, em Lisboa, e Setúbal.