António Guterres lança nova estratégia para combater discurso de ódio

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou hoje uma nova estratégia global para combater o discurso de ódio, que considerou um flagelo crescente que tem "envenenado" o debate em questões cruciais como as migrações.
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Guterres, que falava na abertura da 40.ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, indicou que o seu assessor especial para a prevenção do genocídio, Adama Dieng, vai "definir uma estratégia e apresentar um plano global de ação" para combater o discurso de ódio.

"O ódio está a normalizar-se -- nas democracias liberais como nos sistemas autoritários", disse, denunciando uma "onda de xenofobia, racismo e intolerância" e lamentando que os direitos humanos estejam a perder terreno no mundo.

Guterres disse que o debate sobre as migrações tem sido envenenado com "falsas narrativas ligando os refugiados e os migrantes ao terrorismo", considerando que eles são "bodes expiatórios" para "muitas doenças da sociedade".

O líder da ONU manifestou-se preocupado com a "diminuição do espaço cívico" e com o facto de os jornalistas e ativistas serem tomados como alvo, assinalando que mais de 1.000 jornalistas e defensores dos direitos humanos foram mortos nos últimos três anos.

Quatro ativistas do ambiente, principalmente indígenas, foram mortos em média todas as semanas no último ano, adiantou.

"Precisamos de fazer mais para defender os defensores e acabar com as represálias contra aqueles que partilham as suas histórias sobre direitos humanos", disse.

Guterres também se manifestou preocupado com a desigualdade económica e alertou que os dados recolhidos em massa ("big data") e as tecnologias de reconhecimento facial estão a ser mal utilizados.

Portugal é representado na reunião pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

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