Antigo Sheraton Algarve reabre com investimento de 50 milhões
Quase 25 anos depois de abrir portas pela primeira vez, o antigo Sheraton Algarve, em Albufeira, reabriu ontem com nova cara - as obras de renovação, que duraram 18 meses, custaram 50 milhões de euros. "Pretendemos elevar a qualidade do serviço do hotel para responder às exigências dos nossos clientes e entrar numa nova era de luxo contemporâneo no Algarve", explicou Carlos Leal, diretor-geral do United Invest- ments Portugal, o grupo dono do Pine Cliffs, a atual marca do espaço.
A renovação começou em novembro de 2014 e foi feita em várias fases para que o espaço pudesse manter as portas abertas. Quase dois anos depois da primeira alteração exibe-se um hotel completamente novo, novas suites de luxo com vista para o mar, um novo court de padel [um desporto de raquete, jogado a pares], área de apartamentos e ainda um luxuoso spa com mais de 1000 m2.
A nova imagem surge numa altura em que Portugal bate recordes de turistas, beneficiando da instabilidade vivida em países como a Turquia, um destino turístico concorrente. A rentabilização do investimento está longe de ficar por aí. "Existem desafios que têm de ser ultrapassados. Continuamos o esforço para receber e proporcionar aos clientes um serviço de qualidade e experiências únicas, mas se os nossos clientes não tiverem a vida facilitada para chegar ao Algarve não adianta." No fundo, "se ninguém entrar numa loja, o dono da loja não tem oportunidade de vender", diz Carlos Leal, que aponta críticas às companhias aéreas, especialmente à TAP.
"A TAP tem um papel fundamental, em trazer de regresso voos diretos aos nossos mercados-alvo, em particular Inglaterra e os novos mercados da França e resto da Europa", diz, assumindo que "é inexplicável que a companhia tenha voos diretos de Londres para o Funchal e não para o Algarve, especialmente considerando que o Algarve é o principal destino turístico de Portugal e com uma oferta superior ao Funchal". É isso, assume, "o que mais dificulta a vida à indústria hoteleira do Algarve".
De qualquer forma, a expectativa é que "a continuação do aumento da procura rentabilize o investimento realizado", mesmo com desafios a superar e com o maior cliente - os ingleses -a decidirem sair da União Europeia. "Temos de ter calma porque há muitas incertezas e acreditamos que é mais positivo não estarmos a dramatizar", diz Carlos Leal, que recebe maioritariamente clientes ingleses, ainda que, nos últimos anos, franceses, alemães, holandeses, filipinos, indianos e russos também estejam na lista dos mais frequentes.
Há ainda um cliente mais recente e de um mercado pouco tradicional: os chineses, que no primeiro trimestre aumentaram as visitas a Portugal em 44%, também estão a procurar mais o Algarve como destino de férias e o resort do Pine Cliffs está na corrida.
E não são só estrangeiros: os portugueses estão a viajar mais e o Pine Cliffs tem vindo a atrair um crescente número de visitantes ,"quer na parte hoteleira como na imobiliária", diz Carlos Leal. O gestor lamenta apenas "a grande falta de mão-de-obra qualificada para trabalhar na hotelaria", mesmo com o desemprego a atingir mais de 586 mil portugueses.