Antigo nazi das SS julgado em tribunal alemão

Um antigo elemento da organização militar nazi SS, 88 anos, que foi condenado pela morte de três resistentes holandeses em 1944, começou hoje a ser julgado na Alemanha, naquele que deve ser um dos últimos julgamentos de antigos nazis.
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De origem holandesa, Heinrich Boere, que foi condenado à revelia na Holanda, reconheceu os assassínios dos resistentes Breda, Voorschoten e Wassenaar, alegando que tinha cumprido ordens.

A tarefa "não foi muito difícil. O suficiente para puxar o gatilho", afirmou em 2008, em declarações à revista alemã Focus.

Dois anos antes, também em declarações a uma revista alemã, a Der Spiegel, Boere explicou que estava a matar "terroristas".

"Na altura, pensávamos que estávamos a fazer o que era certo", acrescentou então.

No início do julgamento em Aachen (oeste), o advogado de defesa Gordon Christiansen, acusou o Ministério Público de "não permitir nenhum argumento a favor do acusado".

Em Janeiro último, um tribunal da cidade alemã deliberou que Heinrich Boere não podia ser julgado por causa da idade avançada e dos seus problemas cardíacos.

A decisão acabou por ser anulada pelo Tribunal de Apelo de Colónia, que confirmou as acusações iniciais contra o antigo membro das SS.

A deliberação do tribunal de Colónia foi confirmada posteriormente pelo Tribunal Constitucional alemão.

Heinrich Boere vive em liberdade há mais de 60 anos na Alemanha, onde reside, neste momento, numa casa de repouso.

Nascido na Holanda, Boere ingressou nas forças especiais SS em 1940, sete anos mais tarde foi para a Alemanha.

Acabaria por perder a cidadania holandesa após ter sido condenado à morte em 1949, à revelia por um tribunal especial em Amesterdão.

A condenação à morte seria substituída posteriormente para prisão perpétua.

Em 1980, a Alemanha recusou a sua extradição para a Holanda, justificando então que não sabia determinar se ele era apátrida ou um cidadão alemão.

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