Antigas estrelas usam a fama para marcar golos na política

Romário e Bebeto vão ajudar crianças pobres e Vampeta quer votos de 'gays' e lésbicas
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O Brasil está em pleno período de campanha para as eleições gerais do dia 3 de Outubro. E nas ruas é comum ver caras conhecidas, ídolos do futebol, que tentam dar um novo rumo às suas vidas.

O mais mediático é, sem dúvida, Romário, tratado pelos fãs de forma carinhosa por Baixinho, e que, enquanto futebolista, coleccionou quase tantos golos - mais de mil - como polémicas e conflitos.

Em Setembro do ano passado filiou-se no Partido Socialista Brasileiro (PSB) e logo no primeiro discurso surgiu a primeira gaffe ao dizer que estava muito feliz por ingressar no PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)...

Agora vai às urnas na esperança de conseguir ser deputado federal pelo Rio de Janeiro, trocando assim o futebol de praia pelos gabinetes do Congresso, em Brasília. "Ele é o cara" é o slogan da campanha onde surge como o candidato número 4011. Curiosamente, o 11 era o seu habitual número nos clubes que representou e na Selecção.

Pelas ruas do Rio de Janeiro, Romário cruza-se muitas vezes com o amigo e camarada político Bebeto. Aliás, até já fizeram acções de campanha juntos, reeditando a dupla de ataque que fez furor no Mundial de 1994, que conduziu o Brasil ao título mundial. E Bebeto até já chegou a brincar com Romário, ao dizer que "deve ser duro para ele acordar às cinco da manhã" para fazer campanha.

Aliás, "Bebeto Tetra" é um dos slogans usados pelo antigo goleador do Desportivo da Corunha, que surge como candidato número 12 777. O sete, sempre o sete, que usou durante a sua carreira de futebolista. "É o número da perfeição", disse recentemente na campanha em que tenta convencer o povo a escolhê-lo para deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Os dois antigos avançados têm um grande entendimento político e ambos dizem ser admiradores de Lula da Silva, o actual Presidente da República. "A política no Brasil mudou", defende Romário, que se for eleito promete "fazer alguma coisa pelas crianças carentes".

O socialista Bebeto estava muito longe de imaginar ter uma carreira política, mas frisa que pretende fazer um trabalho mais virado para a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016, mas é através do desporto que cruza as ideias com o seu amigo Romário: "Quero através do desporto fazer a inclusão social das crianças mais carenciadas."

Os dados estão lançados e a campanha em marcha vai medir a actual popularidade de duas personalidades que despertaram sentimentos diferentes. Bebeto, mais calmo e ponderado, e Romário, bem mais controverso.

Quanto a ex-futebolistas polémicos, Vampeta é um clássico no Brasil. O antigo médio do Inter de Milão até já posou nu para uma revista gay e durante a campanha até usou esse facto para conquistar simpatias.

"Eu quero os votos dos eleitores que me viram nu. Eu quero os gays, quero as lésbicas, quero os homens, quero as mulheres, eu quero o voto de toda a gente", disse o candidato a deputado federal, por São Paulo, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Ao contrário de Bebeto, Vampeta decidiu sozinho enveredar pela carreira política; decidiu avançar antes de ter partido. O PTB deu- -lhe a mão, mas o processo de candidatura foi bem a imagem do antigo médio.

Não entregou na Procuradoria Regional Eleitoral o seu registo criminal, o que obrigou as autoridades a fazerem uma investigação... e não é que no nome de Marcos André Batista Santos (nome de baptismo de Vampeta) constava uma condenação por homicídio? Mas afinal, o criminoso era outra pessoa com o mesmo nome... e ele lá se pôde candidatar.

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