Antepassado do camelo, dromedário e lama é do Ártico
A teoria dos cientistas baseia-se num fragmento de osso fossilizado descoberto perto de árvores petrificadas na ilha de Ellesmere, que integra o arquipélago ártico canadiano próximo do Polo Norte e da Gronelândia.
A análise do colagénio daquele osso permitiu ligá-lo à família dos Camelídeos pré-históricos e a das amostras de solo revelou uma idade de 3,5 milhões de anos.
"O camelo de Ellesmere é o representante mais setentrional dos Camelídeos" descoberto até agora, sublinha o estudo publicado na revista britânica Nature Communications.
O animal "vivia no Grande Norte durante o período quente do Plioceno, quando a região era arborizada e os estreitos do arquipélago ártico canadiano estavam preenchidos por sedimentos", escreveram os investigadores, citados pela agência France Presse.
Atualmente a ilha de Ellesmere quase não tem vegetação, a única árvore que cresce no local é o minúsculo salgueiro ártico. Na altura, a temperatura média anual era cerca de dois a três graus Celsius mais alta que hoje, mas também era negativa, adiantaram.
"A família dos Camelídeos nasceu na América do Norte, durante o Eoceno há cerca de 45 milhões de anos", refere o estudo dirigido por Natália Rybczynski, do Museu da Natureza, em Ottawa.
Os camelos terão depois migrado para a Ásia através de uma estreita faixa de terra que ligava então os dois continentes no Estreito de Bering.
Uma outra parte da família deslocou-se para a América do Sul, onde vivem ainda os seus descendentes: os lamas e as vicunhas.