Ano Novo

Publicado a
Atualizado a

Foi com esperança e expectativa de melhoria geral que entrámos neste novo ano de 2023. Infelizmente, os últimos acontecimentos de 2022, as demissões no governo, as supervenientes situações pouco transparentes, raramente clarificadas, tudo nos leva facilmente à conclusão de que nada vai mudar. O governo socialista, a quem os menos esclarecidos deram maioria absoluta, não realiza (????) que os dinheiros que esbanja provêm sempre dos contribuintes, pelo que todas as dádivas, ou esmolas, ou subvenções que distribuem deveriam, sempre, ter a concordância dos pagadores de impostos. Um governo tem que perceber que é empregado da população, tem o dever de trabalhar para a população e, como tal, não lhe assiste o direito de malbaratar dinheiro dos outros, ou seja do povo português. Tal como um dia disse Margaret Thatcher: There is no such thing as public money, there is only taxpayers' money.

Alguns, poucos, exemplos:

• Em 2012 os pensionistas e reformados foram sujeitos ao corte dos dois subsídios, férias e Natal, devido à falada austeridade e emergência financeira. Porém, quando a situação melhorou estes valores nunca foram repostos. Logo a seguir, todos ficámos perplexos ao ver expolíticos voltarem a receber, por ordem do tribunal, as suas subvenções vitalícias, com retroactivos que tinham sido cortadas. Muito justo, não é?

• Em Portugal, desde há uns anos, aplica-se IRS às reformas, obliterando o facto de que se trata de um imposto duplo, já que se descontaram, ao longo da vida profissional, todos os impostos que estavam em vigor. É profundamente injusto, uma vez que está a tributar-se algo que já foi tributado e o Estado utiliza essa receita como lhe apetece. Em Espanha, por exemplo, as reformas têm 0% de IRS, ao contrário do que acontece aqui.

• No nosso país, infelizmente, a maior parte das muitas medidas temporárias, relativas a impostos, passa sempre a definitivo. O que cada português depositou mensalmente nos cofres do Estado durante todos os anos que descontou ao longo da sua vida contributiva, o Estado pôs ao seu serviço. Esta verba, supostamente, seria um dia a sua reforma integral, sem mais descontos. Mas não é esse o caso e os contribuintes não recebem nenhuma compensação de juros dos anos em que esse dinheiro esteve à disposição do Estado. Porém, no caso contrário, quando os contribuintes devem dinheiro ao Estado, este cobra juros diários exorbitantes e, se quiser, penhora seja o que for. Se olharmos para outras nações europeias chega-se à conclusão que em Portugal a carga fiscal é das mais altas e qualquer revisão dos escalões do IRS que façam é sempre absurda.

• Outra injustiça é o adicional do IMI que é cobrado há anos, em cada mês de setembro, um imposto inventado pela Mortágua que é, basicamente, um roubo, porque não se trata de um mero adicional, mas sim de um verdadeiro imposto especial sobre o património.

O estado não quer que os cidadãos vivam bem. Terá inveja? Não entende que a riqueza do cidadão é a riqueza de um país através do poder de compra e consequente aumento de emprego, melhoria de estruturas e equipamentos através do investimento privado? A caça desenfreada ao capital privado acaba por ter como consequência a saída de investidores, das tecnologias e do trabalho e emprego para o estrangeiro.

E aquele que não pertence a nenhum desses grupos perde, inclusivamente, a vontade de trabalhar. Produzir para quê? Para ir tudo parar ao estado??

A TAP é outro exemplo gritante de má gestão, más decisões e esbanjamento de dinheiros públicos.

E como é possível haver ministros de um governo que não sabem o que se passa dentro da sua tutela? Será porque as funções que lhes são atribuídas não têm, na maior parte dos casos, qualquer correspondência com a competência ou mesmo formação académica?

Desde a decisão do governo socialista de reverter a privatização da nossa companhia aérea que a situação se degradou. No futuro a indústria aeronáutica de passageiros terá apenas uma ou duas linhas aéreas europeias/intercontinentais, com pequenas linhas aéreas regionais.

Será que o deslumbramento dos governantes pelo poder, baseado numa maioria absoluta, é o motor para uma governação ineficaz, através de omissões e acções que escondem a verdade?

Nesta contingência, aqui fica a verbalização dos nossos votos de passagem de ano:

Queremos um governo novo, que em lugar de se mirar ao espelho ou, pior, de olhar para o seu umbigo, erga os olhos para a frente, para o país que se chama Portugal e tem muita honra no seu passado e na sua história.

Jornalista e gestor

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt