Ano eleitoral decisivo na União Europeia

2017 é tido como um ano eleitoral decisivo, com escrutínios importantes em países como França e Alemanha, no sentido de testar nas urnas o real apoio a eurocéticos e populistas.
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Wilders, Le Pen e Farage falham os seus grandes objetivos

Apostados em enfraquecer os governos liderados pelos partidos ditos convencionais e ambicionando, nalguns casos, chegar mesmo ao poder, Geert Wilders, na Holanda, Marine Le Pen, em França, Nigel Farage, no Reino Unido, falharam, porém, o seus objetivos. Nas eleições legislativas de 15 de março, o Partido da Liberdade, de Wilders, conhecido islamofóbico e eurocético, ficou em segundo lugar com 13,1% dos votos expressos. O escrutínio foi ganho pelo Partido Popular para a Liberdade e Democracia de Mark Rutte. Em França, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, passou à segunda volta das presidenciais com Emmanuel Macron a 7 de maio. Mas foi só. Nas legislativas, porém, subiu de dois para oito eleitos. No Reino Unido, nas legislativas de 8 de junho, o Ukip de Nigel Farage, o maior defensor do brexit, não elegeu qualquer deputado.

Angela Merkel à espera de conseguir um quarto mandato

No poder desde o final de 2005, Angela Merkel, líder da União Democrata-Cristã, está apostada em conseguir um quarto mandato nas legislativas de 24 de setembro. Dos três mandatos que teve até agora, em nenhum o seu partido governou sozinho, fazendo coligações, no caso do atual executivo e do primeiro, com os sociais-democratas do SPD e, no caso do segundo, com os liberais do FDP. A estragar as contas da chanceler surgiu, entretanto, o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha, AfD, que subiu nas sondagens e entrou em vários parlamentos regionais à conta da crise dos refugiados e dos ataques terroristas. E, depois, o regresso de Martin Schulz, até há bem pouco tempo presidente do Parlamento Europeu, à política doméstica para ser candidato pelo SPD.

O imprevisto sempre à espreita. O que farão Renzi e Sánchez?

Primeiro-ministro de Itália até dezembro, Renzi demitiu-se depois de perder o referendo sobre a sua reforma constitucional, cedendo o lugar a Paolo Gentilioni. Mas foi pouco o tempo que esteve afastado da cena política. A 30 de abril voltou a ser escolhido para líder do Partido Democrático com 71% dos votos numas primárias. Desde então tem defendido a antecipação das legislativas, chegando mesmo a sugerir que se realizem no mesmo dia das alemãs, 24 de setembro. Para tal, tem trabalhado num acordo com a oposição sobre um novo sistema eleitoral. Também em Espanha, onde ontem foi consagrado líder do PSOE Pedro Sánchez, seria necessária uma união da oposição para fazer cair o governo do PP de Mariano Rajoy e ir a eleições. Na semana passada, o PSOE não apoiou a moção de censura do Podemos. A questão é saber se poderá mudar de ideias.

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