André Villas-Boas pode cumprir um sonho na 40.ª edição do Dakar

Antigo treinador do FC Porto está mesmo interessado em participar no mítico rali, ao volante de um Toyota, e com Rúben Faria como copiloto. Tio foi pioneiro em 1982
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Aos 40 anos, na 40.ª edição do mais mítico rali de todo-o-terreno do mundo, André Villas-Boas está perto de cumprir um sonho de criança e dar sequência à tradição do apelido Villas-Boas no Dakar. Em 1982, o tio do treinador de futebol, Pedro, foi um dos pioneiros portugueses a lançarem-se na então grande aventura pelo continente africano, como copiloto de um dos três jipes UMM que compuseram a primeira comitiva lusa na prova. Agora, o próprio técnico está a ponderar a participação no Dakar 2018, ao volante de um Toyota.

A notícia de que o nome do antigo treinador do FC Porto, atualmente nos chineses do Shangai SIPG, estava inscrito entre a lista de participantes da 40.ª edição surgiu ontem através de um site espanhol, Diariomotor, e rapidamente ganhou repercussão, no dia em que a prova foi oficialmente apresentada em Paris. Villas-Boas surgia na base de dados do Dakar com o dorsal 346, a pilotar um Toyota da equipa Overdrive e com um copiloto de luxo: Rúben Faria, motard português que já terminou em segundo, entre as motos, em 2013.

Pouco tempo depois, o dorsal dedicado ao carro da equipa portuguesa deixou de constar na lista de participantes. Segundo o Dakar, a informação anterior ter-se-ia ficado a dever a um erro de atualização da base de dados. Mas, segundo o DN apurou, o treinador está mesmo apostado em competir nesta edição da mais emblemática prova de todo-o-terreno, estando apenas a esclarecer questões de ordem contratual com a equipa chinesa do Shangai SIPG - a época está a terminar e a nova só começa em março.

Villas-Boas já por várias vezes tinha confessado publicamente a sua paixão pelo todo-o-terreno e o sonho de fazer um Dakar. De resto, as motos sempre foram um hobby para o treinador, apesar de durante largo tempo o ter praticado quase "às escondidas". Em 2016 entrou mesmo na Baja de Portalegre, aos comandos de uma KTM.

Agora, a confirmar-se, como deverá acontecer, a sua participação no Dakar 2018, a surpresa maior é que André Villas-Boas o faça na competição automóvel. Mas isso terá que ver, pelo que o DN apurou, com o facto de o risco ser menor e as exigências físicas também, além de permitir ter ao lado um homem experiente nestes terrenos como é o caso de Rúben Faria, de quem Villas-Boas é amigo há vários anos.

"Adorava participar no Dakar, um dia. Mas é muito caro e talvez algo para fazer quando a carreira de treinador acabar", disse o portuense à BBC, em 2011, depois de trocar o FC Porto pelo Chelsea. "A paixão pelas duas rodas é algo que cresceu comigo. A minha primeira moto foi uma Yamaha XT 350 cc. Depois tive Hondas, KTM"s... Quando tirei a carta estava a treinar as camadas jovens do FC Porto e parti logo o braço numa prova nacional. Já tive alguns acidentes, por isso agora sou mais cuidadoso", confessou Villas--Boas, que se prepara então para dar sequência à tradição familiar no Dakar. "O todo-o-terreno é uma paixão que saltou de geração para geração", admitiu quando participou na Baja de Portalegre, invocando a experiência do tio Pedro.

O Dakar 2018 parte a 6 de janeiro de Lima, no Peru, e termina a 20, em Córdova, na Argentina, depois de 14 etapas e 8793 quilómetros, com passagem também pela Bolívia. Entre os portugueses, além de Villas-Boas, teremos o regresso de Carlos Sousa, com um Duster. Nas motos, estão confirmados Paulo Gonçalves (Honda), Joaquim Rodrigues (Hero) e Mário Patrão (KTM). Os UTV têm a participação de Pedro Mello Breyner e Pedro Velosa (Yamaha), enquanto Armando Loureiro, Marco Moreiras e José Martins participarão nos camiões.

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