Americano processa Monsanto por acreditar que glifosato lhe provocou cancro

Edwin Hardeman considera que o linfoma de que padece foi causado pela exposição ao glifosato, que compõe o pesticida RoundUp. Queixa-se que a Monsanto não informou sobre as precauções a tomar para o uso do produto.
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Um cidadão americano colocou a empresa Monsanto em tribunal sob a acusação de o pesticida RoundUp, produzido e comercializado por aquela firma, ter sido a origem da doença de que padece, um linfoma não-Hodgkin.

Este produto é composto por um elevado teor de glifosato, produto químico que, além de devastar micro-organismos do solo, é causadora de várias patologias em humanos, como malformações fetais ou cancros.

Edwin Hardeman colocou a empresa no banco dos réus alegando que a sua doença, diagnosticada em 2015, foi causada pelo uso de RoundUp durante 30 anos na sua propriedade em Sonoma, a norte de San Francisco. Na sua argumentação está o facto de a empresa de químicos não ter colocado fornecido "advertências e precauções adequadas que fizessem com que ele usasse o produto com mais segurança".

O RoundUp tem uma elevada percentagem de glifosato, herbicida que segundo alguns estudos faz aumentar as possibilidades de as pessoas contraírem o linfoma não-Hodgkin pela exposição ao produto.

Hardeman é o primeiro americano a apresentar uma queixa num tribunal federal dos Estados Unidos, sendo que um outro caso julgado pelo tribunal estadual da Califórinia lhe abre boas possibilidades de vencer esta ação. É que no verão de 2018, Dewayne Lee Johnson viu o juiz dar-lhe razão num caso de envenenamento por RoundUp que lhe causou precisamente o mesmo linfoma diagnosticado a Edwin Hardman.

O tribunal decretou uma indemnização de 254 milhões de euros, montante que em outubro foi reduzido para 69 milhões.

Segundo um estudo da Plataforma Transgénicos Fora, em Portugal a contaminação por glifosato está espalhada por todo o país.

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