Ambiente e alterações climáticas prioridades para Ordem dos Biólogos - bastonário
Os novos corpos sociais da Ordem foram hoje apresentados numa cerimónia em Lisboa, explicando depois o bastonário, em declarações à Lusa, que as novas gerações vão ter de usar a economia circular, até porque o planeta não aguenta o atual nível de exploração.
"Em 2050 é preciso alimentar 10 mil milhões, com menos solos, com menos espaço e com as alterações climáticas", disse o bastonário, que já antes tinha alertado para as alterações geográficas das espécies, decorrentes das mudanças no clima.
A Ordem dos Biólogos foi criada em 1998 e a atual equipa diretiva, que hoje foi apresentada, tomou posse a 27 de abril.
Hoje, num discurso para biólogos e convidados, José Matos prometeu defender a empregabilidade dos jovens recém-licenciados e disse que se devia repensar a formação, revendo e criando novos currículos.
À Lusa explicou depois que os biólogos portugueses não têm problemas em arranjar emprego no estrangeiro mas que em Portugal já não é tão fácil. "Não tenho medo da falta de emprego de biólogos portugueses no mundo", disse.
O problema é que "em Portugal não há capacidade financeira para investir em boas ideias", disse, exemplificando: em Portugal há cerca de 60 empresas de biotecnologia, mas só à volta da Universidade de Cambridge (Reino Unido) há 300.
José Matos defendeu como muito importante a captação de financiamento para a área da bioeconomia, uma forma que além do mais fixava os jovens biólogos no país, onde se podia "dar cartas" na área da biotecnologia do mar.
"A Biologia, que é a ciência que estuda a vida, é por isso também ela muito larga. Nela cabem ecólogos (...) técnicos de saúde, investigadores, biotecnólogos, técnicos de ambiente, microbiólogos, professores e formadores, editores e jornalistas de ciência, empresários e bioempreendedores, bioinformáticos, biofísicos, biomatemáticos, bioquímicos...", disse o responsável.