Alunos do Externato João XXIII visitam redações do Global Media Group
Depois de mais de 2 anos fechadas ao público, as redações do Diário de Notícias, do Dinheiro Vivo e da Rádio TSF, em Lisboa, receberam 16 jovens do 8º ano, numa visita dinamizada pelo Media Lab DN.
Os estudantes do Externato João XXIII já tinham trabalhado com o Media Lab no início deste ano letivo, em novembro passado. Agora, puderam ficar a conhecer as instalações destes três órgãos de comunicação social, bem como as dinâmicas de trabalho dos seus profissionais.
A visita começou com a apresentação de um vídeo sobre o Diário de Notícias. Em pouco mais de 10 minutos, os alunos viajaram pelos mais de 150 anos de história do jornal. O vídeo serviu de mote para a conversa com a formadora Media Lab, Mariana Amorim. Se tanto mudou desde 1864, data da fundação do Diário de Notícias, o que terá mudado no jornalismo como profissão? Como se terão alterado as redações? Que novos profissionais terão surgido? Estas foram algumas das perguntas usadas para dinamizar com os alunos um pequeno debate sobre a evolução do jornalismo.
Já com uma nova compreensão de como o dia-a-dia de um órgão de comunicação social mudou com a chegada do mundo digital, os alunos seguiram para as redações.
À porta da TSF, foram recebidos por Pedro Cruz, diretor executivo da TSF. Na sala de reuniões da redação, o jornalista falou com a turma sobre a história desta rádio - que foi, como explicou, o "primeiro canal de notícias 24h em Portugal" - e sobre o que distingue a TSF de outras rádios portuguesas. O responsável explicou ainda como se divide e distribui o trabalho dentro da redação: confrontados com os diferentes turnos de trabalho dos jornalistas da TSF, os jovens do Externato admitiram que o seu preferido seria o turno da manhã, que começa com o noticiário das 6h. "Atenção, para o noticiário ser emitido às 6h, vocês precisam de cá estar às 4h..." advertiu o diretor executivo da TSF, deixando alguns estudantes a reconsiderar a sua escolha.
De seguida, a turma percorreu os vários estúdios da TSF, ficando a conhecer os locais onde são gravados os diferentes programas, concertos e noticiários que enchem a grelha diária desta rádio, e conseguindo até assistir, dentro do estúdio principal, à emissão em direto.
Uma vez vista a redação e os estúdios da TSF, os alunos foram recebidos por Joana Petiz, subdiretora do Diário de Notícias e diretora editorial do Dinheiro Vivo, que os guiou pelas redações de ambas as publicações.
A jornalista começou por explicar à turma como a economia, um conceito que tantas vezes parece distante do nosso dia-a-dia, está, na verdade, intimamente ligada à nossa vida diária. Depois, falou sobre como funcionam as dinâmicas de trabalho dos jornalistas do Dinheiro Vivo, que têm, todas as semanas, de preparar o suplemento em papel que sai com o DN, ao sábado, ao mesmo tempo que atualizam o site diariamente.
Seguindo para a redação do Diário de Notícias, Joana Petiz explicou aos alunos as funções dos diferentes profissionais que trabalham para esta publicação centenária, desde os jornalistas e editores de secção, até aos paginadores e gestores de redes sociais: "Se o nosso público está no Instagram e no digital, nós também temos a responsabilidade de lhes fazer chegar as notícias aí. Temos de ir ter com o público onde ele está", reforçou a jornalista.
Em género de conclusão, Joana Petiz confessou aos alunos qual era, para si, a grande vantagem de ser jornalista: poder, todos os dias, conhecer pessoas de diferentes áreas e percursos... e aprender com todas elas.
Para além de levarem para casa exemplares do Dinheiro Vivo e do DN, os alunos puderam ver algumas páginas "em construção" da edição do dia seguinte. Uma vez que a turma - que está a preparar um jornal escolar no Externato João XXIII - está a passar pela fase de paginação da sua própria publicação, esta "vista de olhos" foi particularmente importante, como explicou a professora Cátia Lopes: "eles viram [os jornalistas] a ordenar as imagens, a organizar as notícias, os títulos... como eles estão nessa parte, na formatação do nosso jornal, acho que é muito interessante eles terem esta ideia, para saberem como é que poderão organizar o deles".
Para Ana Isabel Costa, professora de ciências, atividades como estas, bem como a criação de jornais escolares como o que estão a preparar no Externato João XXIII, são ferramentas importantes de promoção de literacia mediática: "Acho muito importante que eles aprendam a retirar a verdadeira informação da informação a que têm acesso em qualquer local... separar aquilo que é importante daquilo que não é importante."
Às professoras, que fazem um balanço "bastante positivo" da tarde de atividades, juntam-se os testemunhos empolgados dos alunos. Beatriz Gomes descreveu a visita como "interessante e muito divertida" e confessou que "não sabia muito sobre as etapas de como fazer o jornal... mas agora passei a aprender! Fiquei a saber mais sobre o DN."
Já Duarte Serra apontou a ida à redação da TSF como o seu momento favorito da tarde: "achei um sítio muito grande e muito agradável de se estar... e aprendi que na rádio há muito mais pessoas a trabalhar do que eu pensava."
É precisamente este contacto, cara a cara, com estas "pessoas" que nos informam todos os dias, e com os espaços em que trabalham, que a professora Ana Isabel Costa realça como a grande mais valia da atividade: "[na escola] nós falamos e mostramos imagens... mas eles estarem aqui, ao vivo, nestes locais, acho que é mesmo muito importante."
O Media Lab tem mais de uma década de existência, educando para a literacia mediática em prol de uma cidadania plena e ativa, desde 2010. Saiba como participar no site do projeto.