Alunos debateram economia paralela com Nuno Gonçalves
O complexo fenómeno da economia paralela esteve hoje em debate no auditório do DN. Quatro estudantes universitários questionaram Nuno Gonçalves, autor do livro Economia Paralela, que falou da aceitação social deste fenómeno, dos problemas que pode causar e das desvantagens caso se verifique uma grande fiscalização para acabar com ele, principalmente nos pequenos negócios.
Ary Ferreira da Cunha, aluno de Direito da Universidade do Porto, João Fonseca e David Mourão, do curso de Relações Internacionais do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, e Francisca Sassetti, do mesmo instituto mas de Ciência Política, foram os estudantes presentes no debate moderado pelo subdiretor do DN Pedro Tadeu.
Uma das conclusões foi que a economia paralela relacionada com o crime organizado é uma situação difícil de lidar pelo Estado. Noutro aspeto, manter um certo nível de economia paralela para negócios de menor dimensão pode ser benéfico. "Os pequenos negócios não deviam ter de recorrer a essa forma para subsistir. Como não é possível, é melhor montar essa economia informal", frisou Nuno Gonçalves, investigador colaborador no Centro de Economia e Finanças na Universidade do Porto.
Considerando que "não há uma solução única para todas as economias paralelas", Nuno Gonçalves disse "não a conseguimos vencer, mas podemos melhorar". Fez ainda uma distinção entre a economia paralela entre países desenvolvidos e os menos desenvolvidos, sendo que nestes últimos "o dinheiro ganho na economia paralela é gasto também na mesma economia". Já nos países desenvolvidos, "o dinheiro acaba por reentrar no sistema".