Aluno morde docente numa escola de Faro

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Violência. Vítima já apresentou queixa na polícia

Conselho directivo decide esta semana o que fazer a David, de 11 anos

Uma professora de Inglês foi mordida no braço direito por um aluno de dez anos na Escola E.B. 2.3 Neves Júnior, em Faro, após cenas de indisciplina numa aula de estudo acompanhado.

O caso ocorreu na quinta-feira, mas só ontem o Conselho Executivo recebeu o relatório da queixosa, Ana Maria Lares Costa, de 53 anos, que segundo afirmou a própria, ontem, ao DN, vai apresentar queixa na esquadra da PSP daquela cidade e no Ministério Público.

Já o aluno, David, de 11 anos e considerado problemático nas aulas, tendo agredido colegas na véspera do incidente com a docente, incorre numa suspensão de dez dias. "Ele é muito mimado, amua-se com facilidade e depois faz coisas que não deve na escola. Mas não é mau aluno", disseram à reportagem vários companheiros.

"Foi um acto de rebeldia acompanhado de muita má educação e muita falta de respeito", considerou, em declarações ao DN Ana Costa, exibindo, à porta daquele estabelecimento de ensino, o braço com a nódoa negra provocada pela mordidela do rapaz, apesar de ela ter na altura vestida uma camisola de lã e um casaco de cabedal.

"O menino, durante a aula, perturbou o ambiente e brincou, com conversas com outro colega e a rir-se. Foi chamado à atenção uma, duas vezes. À quarta ou quinta vez, zanguei-me com ele e foi então que teve uma reacção de ira. Começou a estrabuchar, a gritar E achei por bem comunicar ao encarregado de educação o sucedido, pelo que lhe pedi a caderneta para relatar a situação", contou a docente.

Fora de si, o aluno arremessou, então, contra a professora a caderneta, a qual acabou por cair no chão. Nessa altura, a directora de turma, uma das três docentes naquela aula, decidir intervir, mas o David continuou a atirar para o chão, lápis, cadernos, livros e até o seu próprio casaco. "A directora de turma zangou-se com ele e obrigou-o a apanhar as coisas, mas o aluno entrou, então, numa violência verbal com a minha colega, chamando-lhe inclusivamente "filha da p...", relatou Ana Costa. "Não apanho porque não quero!», gritou para a directora de turma, que a aconselhou a obedecer. "Apanhas as coisas porque a situação vai piorar para o teu lado", respondeu-lhe a directora de turma.

E o aluno acabou por apanhar o material do chão. "Quando apanhou a última coisa, uma folha de papel, rasgou-o em quatro pedaços e arremessou-a à cara da directora de turma. Perante isso, foi colocado de castigo, sem ir ao intervalo das aulas, estando a ser vigiado por uma funcionária", descreveu Ana Costa.

Quando as duas professoras iam a sair da sala para apresentar o caso ao órgão de gestão da escola, ouviram "um grande estrondo, devido a um pontapé numa mesa e numa cadeira, tendo estas caído no chão". Ao correrem para a sala ouviram David, de novo fúria, a gritar: "não fico aqui."

"A directora de turma agarrou-o por uma mão para o levar ao órgão de gestão da escola, ele tentou soltar-se segurou-se ao corrimão com a outra mão.

"Nessa altura, fui ajudar a minha colega, na escadaria, agarrando a outra mão do menino. E ele sentindo-se indefeso, aplicou-me uma forte dentada no braço direito", referiu Ana Costa, que chamou, de imediato, um agente da Escola Segura, que tomou conta da ocorrência.

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