Alice no país da alta-costura inspirada pela exótica arte chinesa
Um vídeo-túnel com imagens do filme O Último Imperador, de Bernardo Bertolucci, conduz o visitante até ao vestido de gala usado pelo último imperador chinês, Puyi, quando tinha 3 anos. Assim se atravessa o espelho e se mergulha na exposição China: Through the Looking Glass, a grande aposta desta primavera do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Uma sucessão de salas onde são apresentados mais de 140 vestidos de alta-costura lado a lado com obras-primas de arte chinesa. Com incontáveis espelhos e outros quase tantos excertos de filmes. Ou não fosse o diretor artístico da exposição o chinês Wong Kar-wai, realizador de filmes como Disponível para Amar (2000) ou O Grande Mestre (2013).
Não se pense, no entanto, que esta é uma exposição sobre a China. "É sobretudo sobre a imagem da China na imaginação ocidental", explica o curador da exposição, Andrew Bolton, do Costume Institute, um dos 17 departamentos do terceiro museu mais procurado no mundo, com mais de seis milhões de visitantes por ano. O impacto da estética chinesa na moda ocidental e a forma como alimentou o imaginário desta indústria durante séculos é o foco da mostra, organizada em conjunto com o departamento de Arte Asiática.