Algumas Pousadas da Juventude serão concessionadas
"Estamos a falar de uma concessão. A propriedade manter-se-á no Estado, mas a gestão não. Será aberta a entidades privadas e a entidades públicas. As autarquias serão bem-vindas", disse o ministro.
O governante falava aos jornalistas no final da apresentação do "Estudo de viabilidade da rede das Pousadas de Juventude", que decorreu em Almada.
O novo modelo de gestão das Pousadas de Juventude poderá reduzir as unidades próprias da rede nacional de 45 para cerca de 20, sendo as restantes "franchisadas", indica o estudo encomendado pelo Governo.
Miguel Relvas defendeu que tem de se valorizar as Pousadas de Juventude, que "têm hoje um problema de ocupação e um problema de qualidade".
"O que esta mudança pretende é criar condições para que a marca 'Pousadas de Juventude' continue a ser uma realidade neste país", acrescentou.
Frisando "acreditar muito" naquele modelo, o ministro disse que este é um processo que tem de estar concluído até ao final do ano. "É um desafio que temos pela frente", sublinhou.
O estudo apresenta dois cenários possíveis para a rede nacional de Pousadas de Juventude.
O "cenário base" foi desenvolvido numa vertente "mais empresarial" prevendo 21 pousadas "em gestão própria". As restantes 24 passariam a um modelo de "cedência de exploração a entidades terceiras", integrando a rede "com base num modelo de franquia", acrescenta o estudo.
Este cenário implicaria uma rede com 3.600 camas, metade das quais exploradas por "entidades terceiras públicas e/ou privadas" em regime de "franchising".
A gestão própria da rede, no cenário base, seria mantida nas unidades de Viana do Castelo, Vilarinho das Furnas, Braga, Guimarães, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Areia Branca, Catalazete, Lisboa, Parque das Nações, Évora, Beja, Arrifana, Portimão, Lagos, Faro e Tavira.
Em alternativa, é apontado um segundo cenário, "alinhado com as preocupações governamentais", de se ter uma pousada em gestão própria "em todos os distritos de Portugal continental". Este modelo considera 22 pousadas próprias, com 1.936 camas, 20 "franchisadas" e três na propriedade dos respetivos municípios.
Esta segunda solução procura garantir, além dos critérios financeiros, a "sustentabilidade social da rede".
A consultora Deloitte enquadra este estudo com a decisão do Governo de dissolver a Movijovem, que a 31 de dezembro de 2012 apresentava um passivo financeiro de 10,5 milhões de euros, e a necessidade de se "encontrar um modelo de negócio" para a rede de Pousadas de Juventude.