Aldeias de Xisto dinamizam interior

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O projecto Aldeias de Xisto, que visa o desenvolvimento da região do Pinhal Interior, está a ter sucesso turístico, principalmente nos mercados alemão e países nórdicos, mas também como segundas habitações para portugueses.

O presidente da associação de de-senvolvimento Pinus Verde, Paulo Fernandes, salienta que "para assegurar a sustentabilidade e viabilização do projecto era necessário conseguir vender mil pacotes [turísticos] e ter cem mil visitantes, mas só este ano estimamos que entre 350 mil e 400 mil pessoas visitaram as 23 aldeias e 19 praias fluviais", explicou , justificando o optimismo dos responsáveis pelas Aldeias de Xisto.

Os pacotes turísticos, promovidos pela Agência de Promoção Turística do Centro, incluem alojamento, alimentação em restaurantes e várias actividades relacionadas com a natureza. A Pinus Verde tinha um orçamento para promoção de cerca de um mi- lhão de euros, dos quais ainda restam 250 mil euros para utilizar até meados de 2007, quando termina o projecto.

Depois de terminada esta fase, em que o projecto de desenvolvimento contou com 25 milhões de euros, dos quais 70% co-financiados pela Comissão Europeia (dois milhões de investimento público nacional), através do programa FEDER, vai ser criada a associação de desenvolvimento das Aldeias de Xisto, a Xistor, entidade que terá a participação dos agentes privados que já estão no projecto. Actualmente, na Pinus Verde existem 77 parceiros, entre os quais dez empresas de animação turística, nove restaurantes, 21 unidades de alojamento, totalizando 185 quartos e 335 camas.

O projecto de desenvolvimento tem como objectivo a recuperação de 23 aldeias, em 13 municípios do interior dos distritos de Coimbra, Leiria e Castelo Branco, e uma das vertentes é a criação de um destino tu-rístico.

Foram recuperadas tradições com séculos de existência, como as gastronómicas, com a criação de uma carta com 200 pratos e 80 produtos locais. Mas também ofícios, como o tratamento do xisto, que foi ensinado a jovens, ou a tecelagem.

O património recebeu igualmente a atenção dos técnicos e, de um total de 3500 imóveis localizados nas 23 aldeias, tiveram obras de qualificação cerca de 500, sendo que o programa só contemplava a parte exterior, ou seja, fachadas e coberturas, salientou Armando Carvalho, coordenador da Associação Integrada de Base Territorial do Pinhal Interior.

Entre as opções oferecidas aos visitantes encontram-se actividades relacionadas com a procura de ouro em Vila Nova de Ródão, os lagares tradicionais de azeite ou o forno tradicional, a que se junta o turismo de natureza, com observação de veados na serra da Lousã e o conjunto de trilhos que ligará todas as aldeias. Desportos aventura, como BTT, canoagem e escalada também estão incluídos. Mais informações em www.aldeiasdo xisto.pt *Jornalista da Lusa

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