Aldeia de Obama no Quénia pepara-se para longa noite

A aldeia de Kogelo, no distrito de Siaya, no Quénia, onde Obama tem as suas origens e onde ainda vive a sua avó Sarah, mudou muito em quatro anos. Tem agora uma estrada principal pavimentada, eletricidade e água corrente. Hoje a aldeia prepara-se para uma longa noite, esperando acordar amanhã e ver o presidente reeleito.
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À medida que as eleições se aproximam, esta aldeia no oeste do Quénia, escondida nas colinas, a cerca de 60 km do Lago Vitória, acompanhou todo o processo através dos meios de comunicação de todo o mundo, visto que a televisão queniana instalou uma antena por satélite, notícia a AFP.

Na estrada que liga a aldeia de Kogelo à principal vila da região, Kisumo, pode-se ver um grande placar que convida alguns privilegiados a assistir à "eleição de 2012 do presidente americano no grande ecrã ", no 'Resort Vila Kogelo'. Os bilhetes, que são limitados, custam cerca de nove euros, adianta a AFP.

"Eu vou assistir à eleição toda a noite", diz Mary Manyala Ohito. Acrescentando ainda que mil xelins (cerca de nove euros) "é caro, mas vou-me permitir ir", cita a AFP.

No pátio da escola primária vizinha, em Kisumo, rebatizada de "escola Obama" depois de uma visita do atual presidente, em 2006, altura em que ainda era senador, vai também ser instalado um ecrã gigante que irá permitir o acesso livre a todos os habitantes.

Em Kogelo ainda vive Sarah Obama, de 90 anos, a terceira mulher do avô paterno do Presidente americano. Apesar de não ter nenhuma relação de sangue com a "Mamã Sarah", Obama diz, muitas vezes, que a considera como uma avó. À medida que se aproximam as eleições, Sarah fica fechada em sua casa, guardada por um polícia 24 horas sobre 24. A família informa que é impossível alguém se aproximar, "vamos depois estar todos juntos até o resultado ser anunciado", afirmou Said Hussein Obama, um tio do presidente, à AFP.

Há cerca de quatro anos, um jornalista que tinha ido a Kogelo acompanhar a eleição de Obama, lembra como foi difícil encontrar uma bebida fresca nas lojas da vila. Até a televisão funcionava com um gerador. Hoje os hotéis estão-se já a desenvolver e até oferecem televisão por cabo, informa a AFP.

"Houve grandes mudanças aqui (...) Agora temos água corrente, eletricidade, uma esquadra da polícia, e a segurança melhorou", explicou o gerente do 'Kogelo Village Resort', Dorothy Babu, à AFP.

O turismo, no entanto, está ainda longe de cumprir todos os objetivos. O 'Kogelo Village Resort', aberto há pouco mais de um ano, recebe essencialmente participantes em seminários ou Organizações não Governamentais que se instalaram na região, afirma o gerente.

Quando Barack Obama foi eleito presidente em 2008, Kogelo esperava tornar-se um ponto turístico incontornável no Quénia. No entanto, segundo afirma o gerente, a atração principal acabou por ser a 'mamã Sarah' e a família do presidente. "Não há muito para ver", afirmou à AFP.

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