Depois de dez anos de compasso de espera para ser editado, o álbum "Tejo" foi recentemente publicado pela Editorial Caminho, mostrando apenas "o Tejo lisboeta, mas não das marchas ou romântico".."O que vemos naquelas fotografias é um Tejo muito duro, dos imigrantes, dos trabalhadores, dos restos e lixo e do que fica depois das obras que se fazem", explicou Alice Vieira..Uma das fotos que mais impressionou a poetisa é "a de uma espécies de bolas cor-de-rosa e uns cabos que são restos de uma edição dos Jogos Sem Fronteiras, calcule-se"..Relativamente aos seus "textos poéticos", Alice Vieira afirmou que a opção por "um Tejo mais duro" foi do fotógrafo brasileiro.."Esta é uma visão de quotidiano do Tejo, de lugar de trabalho, estando limitado à zona entre a Ponte Vasco da Gama ao Bugio"..Sendo um "Tejo nada romântico" não é menos inspirador, "diz-se até que a desgraça é bastante inspiradora" referiu a poetisa..Alice Vieira terminou há dois dias um livro de poesia, escrito a partir dos tempos verbais, e no prelo tem o romance colectivo "Treze gotas ao deitar", com a chancela da Oficina do Livro, que assina com Catarina Fonseca, Rosa Lobato de Faria, Luísa Beltrão, Rita Ferro e Leonor Xavier..Neni Glock nasceu em Curitiba (Brasil), mas vive em Portugal desde 1991, e este olhar diferente, segundo Alice Vieira, "resulta também de ser um estrangeiro que vê Tejo, e tem outra perspectiva".."Mas de facto as fotografias são muito boas, e contagiam-nos", acrescentou..Glock tem realizado vários programas para televisão e em 1995 publicou "Os eléctricos de Lisboa"..NL.Lusa