Alberto Carneiro: Levou a escultura a "grau zero" para "renascer de forma inovadora"
O escultor Rui Chafes lembrou hoje Alberto Carneiro, hoje falecido, como um artista que levou a escultura a um "grau zero" para depois renascer "de uma forma absolutamente inovadora", influenciando a relação de muitos outros escultores com os materiais.
Alberto Carneiro morreu hoje, aos 79 anos, no Hospital de S. João, no Porto, onde estava internado, disse à Lusa fonte próxima da família.
"Alberto Carneiro foi daqueles artistas que levou a escultura de uma forma muito radical e muito consequente a uma espécie de grau zero daquilo que era possível fazer em escultura, para poder renascer outra vez mais escultura, e fez isso de uma forma absolutamente inovadora em Portugal, nos anos 60", disse, em declarações à Lusa.
De acordo com o escultor Rui Chafes, Prémio Pessoa 2015, Alberto Carneiro, nascido no concelho da Trofa em 1937, representou "uma quebra, uma rutura com a escultura mais comum e deixou um legado que abriu portas a muitos outros escultores e muitos outros artistas na sua relação com os materiais, com a natureza, com a performance".
"Mas sobretudo com essa ideia de grau zero da escultura e daí partir para a criação de obra maior", sublinhou.
Alberto Carneiro foi um dos nomes que mais "abriram novos caminhos para a prática artística em Portugal", na segunda metade do século XX.
Nasceu a 20 de setembro de 1937, em São Mamede do Coronado, concelho da Trofa, distrito do Porto, local ao qual se manteve ligado durante toda a vida.
Participou nas Bienais de Veneza e de S. Paulo, entre outras grandes exposições internacionais. Nas antológicas da sua obra, contam-se as apresentadas na Fundação Calouste Gulbenkian e na Casa de Serralves, no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, no Centro Galego de Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, e na Casa da Cerca, em Almada.