Ainda não foi este o Mundial de Ronaldo e Messi
Ainda não foi desta que Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi guiaram as respetivas seleções à conquista de um Campeonato do Mundo. Ambos despediram-se sem conseguir o primeiro golo na fase do 'mata-mata', ao cabo de seis jogos (514 minutos) e 25 remates no caso do luso, e de oito encontros (756') e 23 tentativas no do sul-americano.
Sete golos em 17 jogos disputados em quatro certames (2006, 2010, 2014 e 2018) constituem o currículo do craque português em Mundiais de futebol. Seis remates certeiros em 19 partidas nos mesmos quatro torneios é o que o argentino tem no currículo.
2006: Ronaldo travado por Zidane nas meias, Messi pelos penáltis nos quartos
O Campeonato do Mundo de 2006, na Alemanha, marcou a estreia de ambos. Cristiano Ronaldo, então com 21 anos e orientado por Luis Felipe Scolari, marcou um golo ao Irão e só foi travado nas meias-finais pela França de Zidane - que viria a ser seu treinador no Real Madrid, dez anos depois -, antes de ser derrotado no jogo de atribuição de 3.º e 4.º lugar pela Alemanha e ter sido eleito o segundo melhor jovem da competição, atrás de Podolski. Messi, então com 19 anos com José Pekerman ao leme, fez um golo e ainda foi autor de uma assistência, ambos os gestos diante da Sérvia. Nos quartos-de-final a Alemanha, nos penáltis, mandou a Argentina para casa.
2010: Messi e Maradona, Ronaldo e... Queiroz
Quatro anos mais tarde, novamente a Alemanha a travar a Argentina dos dois deuses, Maradona (como selecionador) e Messi. Uma goleada nos quartos de final por 4-0 foi o suficiente para Maradona deixar a seleção e para Messi começar a ouvir as primeiras críticas por aquilo que fazia com a celeste no corpo e nada seria como antes. CR7, por sua vez, apareceu com menos fulgor na África do Sul, tendo apontado um golo à Coreia do Norte, na fase de grupos, antes de cair nos oitavos de final frente à Espanha - país em que vivia há cerca de um ano - e ter protagonizado um momento polémico ao atribuir a responsabilidade da eliminação ao selecionador. "Perguntem ao Carlos Queiroz", atirou.
2014: Ronaldo só na fase de grupos, Messi até à final
O Mundial 2014, no Brasil, foi de contrastes para as duas maiores estrelas da modalidade na última década. Ronaldo voltou a apresentar-se limitado, a contas com uma lesão no joelho, tornou a apontar apenas um golo (ao Gana), tendo o conjunto nacional orientado por Paulo Bento sido eliminado na fase de grupos. Já Messi, com Alejando Sabella no banco, abriu o livro até aos quartos-de-final com quatro golos até aos quartos-de-final, mas depois desapareceu e perdeu a sua melhor oportunidade para igualar Diego Maradona no altar dos inflamados adeptos argentinos. O carrasco? O do costume, a Alemanha. Ainda assim, foi eleito o melhor jogador da prova pela FIFA.
2018: Viagem de regresso a casa marcada no mesmo dia
Em 2018, ambos foram para casa no mesmo dia. Para la pulga, foi um Mundial sempre em sofrimento: começou por falhar um penálti com a Islândia, ninguém o viu na goleada sofria com a Croácia, apareceu episodicamente ao marcar com a Nigéria no encontro que levou, quando quase ninguém esperava, a Argentina de Jorge Sampaoli aos oitavos de final e despediu-se com a França a jogar como avançado centro mas a tempo ainda de fazer a assistência para o golo de Agüero, já nos descontos, e que permitiu à sua equipa ainda sonhar com um empate a quatro golos que lhe garantisse o prolongamento, o que não surgiu - nunca o craque do Barcelona tinha ido tão cedo para casa. Ronaldo, orientado por Fernando Santos, esteve bastantes furos acima: brilhou no jogo inaugural com um hat trick no empate a três com a Espanha e marcou o golo decisivo na vitória sobre Marrocos. Em termos de golos, ficou logo aí garantido que este seria o seu melhor Mundial, mas o madeirense perdeu fulgor nas partidas seguintes, diante de Irão - em que desperdiçou uma grande penalidade - e Uruguai.
2022?
Agora, a dúvida que todos têm é se ainda haverá mais um Mundial para Ronaldo e Messi. Em 2022, quando se realizar o Mundial do Qatar, o português terá 37 anos e o argentino 35.