AI volta a apelar ao encerramento de Guantánamo

A Amnistia Internacional (AI) voltou hoje a apelar aos Estados Unidos para encerrar a prisão da sua base naval de Guantánamo, em Cuba, e acabar com a alegada hipocrisia em matéria de direitos humanos.
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A diretora da AI para as Américas, Erica Guevara, recordou, citada em despacho da agência Efe, que, ao fim de cinco anos de governo de Barack Obama, que se comprometeu a encerrar a prisão, as "promessas de mudança tornaram-se num falhanço em direitos humanos que ameaça manchar o legado do Presidente, tal como aconteceu com o antecessor [George W. Bush]".

Depois de 12 anos de atividade, a prisão de Guantánamo, criada para interrogatório e detenção dos suspeitos de colaborarem com a Al-Qaida após os atentados de 11 de Setembro, ainda acolhe 115 presos, a maioria dos quais tiveram autorização para serem transferidos.

Muitos dos presos em Guantánamo não foram acusados formalmente e poucos estão em processo para serem julgados num tribunal habilitado na base militar em território cubano, onde não se plicam do mesmo modo as garantias processuais dos tribunais federais norte-americanos.

Dos quase 800 detidos que passaram pela prisão, menos de 1% foram considerados culpados em comissões militares, "a maioria resultado de acordos prévios ao julgamento", segundo a AI.

A organização não-governamental criticou os Estados Unidos por não aceitarem transferir para o seu território os detidos que considera não puderem ser repatriados, como os mais de 70 iemenitas que não quer enviar de volta ao seu país por falta de garantias de segurança.

Como exemplo, a AI também cita a tardia libertação dos últimos três chineses de etnia uigur que permaneciam detidos e que, no final de dezembro, foram repatriados para a Eslováquia.

Estes chineses estiveram detidos durante mais de cinco anos até que um tribunal federal considerou ilegal a sua detenção, o que permitiu que abandonassem Guantánamo.

A AI pede aos Estados Unidos para permitir investigações independentes às alegadas violações dos direitos humanos na prisão de Guantánamo.

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