Águias e morcegos e serra do Risco escaparam a explosão
A vistoria foi para o terreno logo quinta-feira e o resultado preliminar conhecido esta quarta-feira indica não terem sido detetadas sequelas. Além das arribas da Serra do Risco se apresentarem estáveis, também as comunidades de morcegos e das águias-de-bonelli terão escapado ilesas à explosão que não devia ter sido mais do que uma queima controlada de 13 quilómetros de material detonante.
Quando ainda se desconhece o que terá corrido mal numa área "protegida e sensível", como é classificada pelas autoridades, o resultado da vistoria é avançado ao DN pelo vereador da proteção civil da Câmara de Sesimbra, Francisco Luís, que não excluí a possibilidade de, nos próximos dias ou semanas, virem a surgir "consequências da explosão" que abanou a margem sul.
"Para já, está tudo bem, mas vamos continuar a avaliar", diz o autarca revelando que os especialistas vão continuar no terreno. A operação envolve o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, autarquia, Direção Regional de Economia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Serviço de Proteção Civil, representantes da pedreira (Sobrissul) e da empresa responsável pela queima (Maxampor).
Para evitar novos episódios como aquele que levou o pânico à aldeia de Pedreiras - a dois quilómetros da Sobrissul - a autarquia vai convocar para breve uma reunião na qual quer juntar as várias entidades com intervenção no território. "Apesar deste tipo de operação só precisar de autorização da PSP, é preciso que a comunidade esteja avisada", explica Francisco Luís, justificando que "se alguma coisa correr mal a população precisa de saber do que se trata na hora". É que, insiste, "há oito dias só se soube o que tinha acontecido dez minutos depois e isso gerou um alarme excessivo".
Recorde-se que, segundo o presidente da Câmara, Augusto Pólvora, a queima estava programada e foi acompanhada pela PSP, mas a autarquia não tinha conhecimento da operação. A GNR fez a recolha de indícios para enviar ao Ministério Público. A Maxampor garantiu apenas que cumpre as normas de segurança, mas continua sem adiantar qualquer explicação para o sucedido.