Águas poluídas no Terreiro do Paço invadem antigo Cais das Colunas

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Junto ao antigo Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, há uma saída de esgoto que todos os dias faz descargas directas para o Tejo. Quem espreitar por entre as fendas da vedação descobre um aterro transformado num lago pantanoso para onde se transferiram viveiros de tainhas e enxames de insectos. Com mais de meio metro de comprimento, os peixes atropelam-se nos charcos de água estagnada que ali se formaram ao longo dos últimos sete anos.

De acordo com a associação ambientalista Quercus, a poluição naquela zona tem diferentes origens: os efluentes da zona habitacional da Baixa que ainda não são tratados, os esgotos da área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa (APL) e as obras do prolongamento da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa.

No que diz respeito à responsabilidade da câmara municipal, o pelouro do Ambiente estima que o problema esteja solucionado em 2008, altura em que os efluentes dos cem mil lisboetas passarão a ser tratados pela Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara.

O projecto da autarquia tem como objectivo fazer a intercepção da frente de drenagem Largo Chafariz de Dentro/Cais do Sodré dos esgotos domésticos e o seu transporte até ao Cais do Sodré, de onde serão conduzidos até à estação de Alcântara.

Segundo a autarquia, o projecto dos interceptores do Largo Chafariz de Dentro, Praça do Comércio e Cais do Sodré vai permitir o tratamento de 99 por cento dos esgotos da capital. O Metropolitano de Lisboa (ML), por seu turno, descarta qualquer responsabilidade na poluição que ocorre no Terreiro do Paço. "As obras do Metro não têm consequências ambientais para o Tejo", esclareceu fonte da administração do ML.

Seja a responsabilidade do Metropolitano, da APL ou da autarquia, o que importa saber é até quando o antigo Cais das Colunas estará transformado num depósito de detritos e que consequências há para o rio de Lisboa.

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