Agência americana atribui quatro medalhas a Portugal
São previsões, valem o que valem, mas não deixam de refletir uma noção sobre o valor dos diversos atletas e países que vão competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a partir da próxima sexta-feira, dia 5 de agosto. Pois bem, de acordo com as projeções publicadas pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), Portugal tem hipóteses de sair do Rio 2016 com a sua mais medalhada participação da história.
A equipa de especialistas da prestigiada agência fez as previsões de medalhas para todas as 306 provas, de 28 desportos, que vão realizar-se nestes Jogos. E Portugal, segundo a AP, pode sair do Rio de Janeiro com quatro medalhas. O que, a acontecer, seria a melhor participação portuguesa de sempre, no que respeita ao número de medalhas conquistadas numa só edição dos Jogos Olímpicos - superando as três de Los Angeles 1984 e de Atenas 2004.
Dessas quatro medalhas projetadas para Portugal, no entanto, nenhuma corresponde ao lugar mais alto do pódio. Segundo a Associated Press, do Rio 2016 não sairá o quinto campeão olímpico português da história, um clube restrito onde ainda só constam os nomes de Carlos Lopes (maratona, em Los Angeles 1984), Rosa Mota (maratona, em Seul 1988), Fernanda Ribeiro (10 000 metros, em Atlanta 1996) e Nelson Évora (triplo salto, em Pequim 2008).
Para a AP, a delegação lusa no Rio vai obter, sim, duas medalhas de prata e duas de bronze. Mas chega de suspense. Quem são então os atletas portugueses com mais hipóteses de subir ao pódio nos próximo Jogos Olímpicos? Fernando Pimenta, que com Emanuel Silva obteve a única medalha portuguesa em Londres 2012 (prata em K2 1000, canoagem) e a quem a agência norte-americana "atribui" agora outra medalha de prata, na prova de K1 1000 metros; Rui Costa, também apontado para conquistar a prata na prova de estrada de ciclismo; Helder Silva, projetado para o bronze em C1 200, na canoagem; e Rui Bragança, que vê também ser-lhe "atribuída" uma medalha de bronze na categoria de -58kg em taekwondo.
Fernando Pimenta, que após Londres 2012 conseguiu finalmente vencer o seu braço-de-ferro com a federação de canoagem para poder dedicar-se à embarcação individual, é o atual campeão europeu de K1 1000, título obtido há poucas semanas. Além disso, em 2015 foi terceiro nos Mundiais de Milão e arrecadou a prata na primeira edição dos Jogos Europeus, além de outros pódios em etapas da Taça do Mundo, justificando a oportunidade de provar o valor individual. É, por isso, com expectativa que se aguarda o seu desempenho nos próximos Jogos do Rio, onde a AP diz que perderá apenas para o checo Josef Dostal (ouro), ficando à frente do dinamarquês Rene Holten Poulsen (bronze).
Ainda na canoagem, Helder Silva é o nome mais inesperado nestas projeções da Associated Press. Tem no palmarés um segundo lugar na Taça do Mundo em Montemor-o--Velho, em 2015, um bronze nos Europeus de 2014 e um quarto lugar no evento-teste no Rio, no ano passado. Segundo a agência norte--americana, Helder subirá ao terceiro lugar do pódio em C1 200, atrás do chinês Li Qiang (prata) e do brasileiro Isaquias Queiroz (ouro), um dos 11 campeões olímpicos brasileiros previstos pela AP, que "entrega" um total de 29 medalhas ao país anfitrião.
No ciclismo, Rui Costa já demonstrou bem que é um nome forte a ter em conta nas grandes provas de um dia, tendo-se sagrado campeão do mundo de estrada em 2013. Este ano, foi ao pódio (3.º) na Liège--Bastone-Liège e ficou em segundo numa etapa do Tour. No Rio, a AP aposta que vai ser segundo, atrás do espanhol Alejandro Valverde (ouro) e à frente do francês Romain Bardet (bronze).
Quanto a Rui Bragança, é o bicampeão europeu da categoria -58 kg no taekwondo e conquistou o ouro também nos Jogos Europeus de 2015, em Baku (Azerbaijão). Na competição olímpica, poderá repartir o bronze com o Tae-Hun Kim, enquanto o favorito ao título é o iraniano Farzan Ashourzadeh Fallah, com o alemão Levent Tuncat cotado para levar a prata.
Portugal tem um total de 23 medalhas olímpicas na sua história - quatro de ouro, oito de prata e 11 de bronze. A primeira, de bronze, foi obtida pela equipa de equitação, em Paris 1924.
A norte-americana AP prevê que os EUA dominem, com um total de 135 medalhas, à frente de China (80) e Reino Unido (58). A Rússia, afetada pelas sanções relativas ao escândalo de doping, ficar-se-ia pelas 36, o pior de sempre. Quanto às superestrelas, Usain Bolt ganhará os 100 e os 200 metros e Michael Phelps três ouros individuais na natação.