AEP e AIP garantem empenho em torno da polémica criação da CEP
A Confederação Empresarial de Portugal (CEP) vai tornar-se uma realidade, correspondendo "às aspirações dos empresários portugueses". Curiosamente, CIP, AEP e AIP estão de acordo neste ponto, apesar de nova escalada na polémica em torno do órgão de cúpula do associativismo português. Ontem, os presidentes das duas associações vieram a público afirmar que Francisco Van Zeller falta à verdade nas inúmeras declarações que tem feito, acusando-o de usar a "Carta das PME" apenas para fazer o que "assumiu publicamente em 2004, ou seja, procurar pretextos para dificultar este projecto [a CEP]".
Van Zeller contesta e lembra que ainda na quarta-feira reuniu com empresários para arrecadar apoios financeiros e institucionais para a CEP. Dia em que, alegadamente, tomou conhecimento da existência da referida "Carta das PME", negociada directamente pelo Ministério da Economia com a AEP e AIPe sem o conhecimento das confederações. O que levou Van Zeller a considerar estar posta em causa a confiança entre os parceiros - "eu via-os dia sim, dia não, já para não falar da cláusula de partilha de informação mútua" - e a suspender o processo negocial da confederação empresarial. Ontem, AEP e AIP quebraram o silêncio e enviaram uma carta aos associados dando conta de que os factos expressos "não são verdadeiros" e afirmando-se "surpresos e perplexos" com a atitude de Van Zeller.
Ludgero Marques e Rocha de Matos sublinham que a iniciativa de elaborar um acordo visando uma "acção concertada" do Governo e do sector privado que potenciasse o desenvolvimento económico do país partiu do ministro da Economia, que o propôs à AEP e AIP. Garantem ainda que foi por "proposta expressa de ambas as associações" que ficou contemplado no documento a constituição de um Conselho Estratégico para a Modernização e Internacionalização Empresariais, do qual fazem parte os presidentes das confederações e da AEP e AIP, para além de uma série de institutos públicos.
Apesar de a assinatura da "Carta das PME" ter estado prevista para a passada segunda-feira, Ludgero Marques e Rocha de Matos garantem que o documento era uma "simples base de trabalho" para o qual as confederações iriam "previamente ter a oportunidade de dar contributos". E sublinham que propuseram ao Ministério" que elas fossem integradas nesta parceria com a finalidade de definirem a estratégia institucional". Mas não chega.
Francisco Van Zeller garante que a operacionalidade do programa não pode ser entregue às duas. "A realidade do país não é essa. Não faz sentido que o turismo, a reestruturação do comércio não seja entregue a associação com melhor capacidade operacional". C