Adultos que ainda brincam com Lego

Estas pequenas peças atravessaram gerações e são hoje passatempo para milhares de adultos em todo o mundo. Comunicam-se pela internet, organizam exposições, têm um vocabulário próprio e, acima de tudo, adoram a criatividade que lhes permite voltarem a sentir-se crianças. Um deles acabou por fazer do seu <i>hobby </i>a sua profissão: Marcos Bessa é designer na fábrica da Lego da Dinamarca.<br /><br />
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- Nem toda a gente tem a sorte de Marcos Bessa. Nem toda a gente tem a sorte de ganhar dinheiro e viver a vida... a brincar. Ou a desenhar brinquedos. Marco é o novo designer do Grupo Lego, na sede da empresa, em Billund, na Dinamarca. Mudou-se no início do mês de Outubro. «É a concretização de um sonho. Vou poder sustentar-me a fazer uma coisa que adoro", admite. "Mas ainda estou um bocadinho assustado», confessa o jovem de 21 anos, natural de Vilela, Paredes.
Voltando ao início da história e à altura em que Marcos Bessa se voltou a interessar por Lego um dia encontrou um catálogo da Lego perdido no quarto do seu irmão mais novo. Ao folheá-lo, ficou nostálgico: lembrou-se do primeiro brinquedo que pedira aos pais pelo Natal, não teria mais de quatro anos. Lembrou-se também das tardes passadas a montar e a desmontar naves para, a seguir, as transformar noutra coisa qualquer: um castelo, um barco, aquilo que a sua imaginação e as peças ditavam.
Aqueles minutos no quarto do irmão, há apenas dois anos, mudaram a vida de Marco. Tinha intenção de comprar um iPhone, mas já não o fez. Em vez disso, pegou nos 150 euros que tinha amealhado e foi a uma loja em Paços de Ferreira gastá-lo em construções da marca dinamarquesa. Voltou rapidamente a ser o seu hobby de eleição, a par da escrita e do teatro. «Não pegava em Lego desde os 12 anos. Fui pesquisar na internet e fiquei fascinado com o que encontrei», conta.
Foi no ciberespaço que Marcos descobriu que podia ser um AFOL. Esta é a primeira sigla, de entre muitas, com que uma pessoa se depara quando toma contacto com este gigantesco universo das pequenas peças de plástico que se encaixam todas umas nas outras. Significa «Adult Fan Of Lego» e, basicamente, quer dizer que não são só as crianças que podem brincar. «A Internet tem um papel fundamental, pois através dela percebemos que não faz mal comprarmos Lego para nós», explica José Proença, de 38 anos, um dos muitos adultos que Marcos veio a encontrar, com o mesmo passatempo, no espaço virtual. Ambos fazem parte da Comunidade 0937, uma das duas existentes em Portugal, para graúdos que passam os seus tempos livres às voltas com os tijolos coloridos [ver caixa].
«A primeira reacção das pessoas quando dizemos que gostamos de fazer Lego é gozarem connosco: dizem que já não temos idade para isso. Mas, depois, quando lhes mostramos as nossas criações, mudam rapidamente de opinião», diz Luís Santos, outro adulto fã de Lego. A propósito, a segunda sigla a reter para ser entendedor na matéria é MOC: «My Own Creation», isto é, «A Minha Criação». O que significa que não se seguiu os habituais livros de instruções ilustrados que vêm nas caixas.
Ao retomar o seu hobby de pequenino, Marcos Bessa tornou-se rapidamente um perito em criações próprias que começaram a destacar-se pela elaboração e criatividade nas exposições e concursos promovidos pelas comunidades e blogues de Lego. A última a fazer furor, inclusive a nível internacional, foi um museu com 11 mil peças, avaliado em 1200 euros. E foi um clique na vida de Marcos. «Trabalhar na Lego como designer passou a ser um objectivo de vida. Comecei a não querer gastar a minha mesada, a deixar de ir ao cinema e de comprar discos, para poder investir em mais peças e conjuntos.»
Até que um dia surgiu o tão desejado anúncio da fábrica na Dinamarca a pedir designers. À portuguesa, Marcos mandou a sua candidatura no último dia, hesitando em perseguir o seu sonho ou acabar o curso de engenharia informática e computação que estava a fazer em Portugal. Foi chamado para prestar provas na sede da empresa em Billund. «Eu e mais 39 pessoas. Durante dois dias, fomos entrevistados e fizemos vários testes de desenho e concepção. Voltei e passados uns dias telefonaram-me para casa a dar a grande notícia. Fiquei com as pernas a tremer e as mãos a suar», recorda, sorridente. Tornou-se o segundo português a trabalhar como designer da empresa. Rosário Costa foi a primeira, há 12 anos, e mantém-se actualmente na companhia, mas agora como directora criativa, encarregue de desenvolver «projectos futuristas» - como a própria definiu à nm -, para entrarem no mercado só depois de 2012.
 Entretanto, Marcos continua sem ter o iPhone com que sonhava. «Não me arrependo de não o ter comprado. Até porque, dentro de pouco tempo, já poderei comprar até dois», afirma com uma gargalhada. Não esconde que tem um friozinho na barriga por esta mudança tão radical na sua vida. Mas a paixão pelo Lego - o nome da marca dinamarquesa e o próprio conceito do brinquedo, enquanto tijolos de plástico para montar, confundem-se - fala mais alto: «Vou poder sustentar-me a fazer uma coisa que adoro. É fantástico enfiar as mãos nos baldes cheios de peças e pensar o que eram há um ou dois anos. Assim como é óptimo abrir um conjunto novo e sentir o cheiro e o barulho das peças a mexerem. É música para os meus ouvidos.»

«Loucuras» em família
Luís Santos tem quatrocentos conjuntos ou sets da LEGO. Contando com os repetidos, aqueles que compra só para ter mais peças para outras criações, o número chega aos mil. «Ainda tenho a casa que os meus pais me ofereceram quando eu tinha cinco anos. Foi o meu primeiro brinquedo Lego.» O simples acto de sentir os tijolinhos de plástico nas mãos também dá um imenso gozo a este tradutor de inglês, de 37 anos, residente em Abrantes. Faz parte dos pequenos prazeres da vida. E partilha-o com a mulher e o filho. «Quando se abre uma caixa cheira a peças novas e isso é bom», diz Sílvia Serrano, professora de inglês, que se deixou seduzir por este hobby do marido, retomado quando já eram casados.
«O Lego é encantador porque permite-nos construir tudo o que a nossa imaginação dita. Não nos limitamos ao livro de instruções, a fazer o que vem na caixa e a coleccionar. O que começa a dar gozo é inventar. Com as mesmas peças podemos fazer muitas coisas diferentes. As possibilidades são infinitas», diz Sílvia. Como mulher, guarda algum realismo: «É caro.» «Temos de nos controlar um bocado», concorda o marido, Luís Santos, que diz gastar uma média de mil euros por ano na compra de material. Sílvia conta que o ano passado, nas férias de Verão, o casal cometeu uma loucura. Em apenas 15 dias comprou quatro caixas novas cheiinhas de peças. «Gastámos uns quinhentos euros», confessa. «Mas é um passatempo de família. Serve para nos manter unidos. O Daniel tem 7 anos e também já é maluco pelas construções. Não há dia que não brinque.» Recentemente, pai, mãe e filho levaram uma obra conjunta a uma exposição promovida pela Comunidade 0937, recriando uma cena do quarto filme da Guerra das Estrelas, conhecida como «a fuga da estrela da morte». «O que eu mais gosto é construir coisas da Star Wars», diz o filho, Daniel, e admite que passa mais tempo com os pais a fazer Lego do que a jogar PlayStation. O pequeno construtor quer ser arqueólogo quando for grande. E porquê? «Por causa da colecção da Lego sobre o Indiana Jones.»
Os pais incentivam as construções, que, dizem, são mais saudáveis para os filhos. José Proença, que é director técnico de uma empresa de web marketing e também já pegou o bichinho do Lego à sua filha Sara, de 7 anos, garante que o jogo «ajuda as crianças a resolver problemas ao nível da engenharia». Mas, afinal, como podem as peças de plástico concorrer com entretenimentos como a PlayStation? Não é fácil, mas a própria empresa dinamarquesa tem tido esse cuidado, modernizando-se e lançando no mercado temas relacionados com filmes da moda - casos do Harry Potter, Ben 10, Toy Story ou Príncipe da Pérsia - ou mesmo jogos para consolas e para a internet. «Em Outubro lançámos o Lego Universe, um jogo online onde crianças e adultos podem construir e jogar em rede num mundo virtual comum», explica Rosário Costa, directora criativa no Grupo Lego.

Que grandes «cromos»
E que tal oferecer à namorada um coração feito em Lego, acompanhado por um kit escritório, um copo para canetas e um espaço para clips? Foi o que Filipe Alves, de 25 anos, fez no último Dia dos Namorados. Durante o jantar, pegou no presente, pensado e construído por si, e entregou-o a Miriam, seis anos mais nova. «Ela gostou, assegura o namorado. Nos blogues e fóruns dos adultos fãs de Lego, corre a história de que se a cara-metade destruir a obra oferecida pelo namorado, então é porque não o ama verdadeiramente e a relação vai acabar. Filipe ri-se, olhando para o pequeno coração de 18 tijolinhos vermelhos, ainda intacto.
Filipe Alves nasceu na Suíça, filho de emigrantes, e veio para Portugal com 9 anos. Lembra-se de quanto chorou porque os pais não lhe podiam comprar um guindaste Lego que vira numa loja. Foi preciso esperar mais de uma década para poder adquirir aquele conjunto, agora num modelo mais complexo e sofisticado, da gama Technic. Desenhador-projectista, residente em Pedrógão Grande e praticante de BTT, este adulto que gosta de Lego tem um inventário de todas as peças e conjuntos da sua vasta colecção. Sempre que compra material regista-o. Não é o único. A maioria dos adultos que se dedicam a este hobby sabe exactamente quantas peças tem e onde as tem, e separa-as por formatos e cores. José Proença tem uma parede cheia de pequenas gavetas para essa função. «Não perco tempo à procura de peças», diz. Luís Santos tem um dossier para cada tema, com os livros de instruções que acompanham as caixas.
Os mais aficionados sabem mesmo de cor o preço das peças e a forma de as comprar mais baratas. «Quando compramos um conjunto dividimos o preço total pelo número de peças para ver quanto vale cada uma», explica Filipe Alves. Foi por isso que José Proença comprou o mausoléu indiano Taj Mahal, o set actualmente mais caro da marca e com mais tijolinhos. São mais de 5900. «Custou-me quase trezentos euros mas as peças ficaram baratíssimas. Ainda por cima são quase todas brancas, o que é óptimo, pois dá para construir muitas outras coisas.» Na internet há um mercado paralelo de compra e venda de bonecos, os chamados minifigures, e peças avulsas, algumas delas raras, que tiveram lançamento limitado. Marcos Bessa pagou oito euros para poder colocar no seu museu uma minúscula cabeça de esfinge, mais pequena que uma unha, do tema Indiana Jones. «Foi muito difícil de encontrar», explica.
Os aficionados do Lego têm um jargão próprio. Seja nos Estados Unidos, em Portugal ou na Alemanha, há palavras, siglas e expressões que todos sabem o querem dizer. Uma delas é Dark Age - traduz-se para português como idade das trevas - e refere-se ao período da adolescência, altura em que, por regra, existe um afastamento do Lego, só depois retomado na fase adulta. É o tempo das namoradas, dos copos e noitadas. «Eu costumo dizer que passei por uma badly light age porque fui sempre mantendo algum contacto com o hobby», diz Luís Santos. Filipe Alves explica que a sua Dark Age ocorreu entre os 14 e os 23 anos. E quando voltou ao pegar no seu brinquedo preferido de infância passou por uma fase de vergonha, também muito comum. «Não mostrava as minhas criações, escondia-as, porque achava que era uma coisa de crianças.» Luís Santos conta que há muita gente com dificuldades em sair do armário. «A esses digo: vão à internet e descubram o mundo ilimitado dos AFOL», desafia Luís Santos.

Sonho de abrir um museu
Tomás Alcobia tem 15 anos, mas não está a passar por nenhuma Dark Age. Afinal, não há regra sem excepção. «O que é que eu faria ao Lego todo que tenho no meu quarto?», brinca o estudante do 10.º ano de Tomar, o mais jovem elemento da comunidade PLUG. A cama de Tomás foi relegada para segundo plano, literalmente, no andar de cima de um beliche, para dar mais espaço às peças.
Tomás é o único coleccionador de Lego antigo em Portugal e o maior do Sul da Europa, reconhecido pelo director-geral da empresa na Península Ibérica, César Ridruejo. Tem na sua colecção o primeiro brinquedo de madeira, um carro de bombeiros, comercializado no início dos anos trinta pelo fundador da empresa, Ole Kirk Christiansen, um mestre carpinteiro, fabricante de móveis, da cidade dinamarquesa de Billund. E tem também um cavalinho de madeira que custou 950 euros e é, nesta altura, a peça mais cara do seu museu pessoal. «A ideia de encaixar blocos uns nos outros só surgiu muito mais tarde. De início, Christiansen fazia simples brinquedos de madeira e só depois de uma viagem a Inglaterra e, a partir de um tractor agrícola, se lembrou de dividi-lo por peças de montar», explica Paulo Alcobia, o pai de Tomás. A família tem o famoso Tractor Ferguson, lançado em 1951, todo desmontado, dentro de uma velha caixa. O pai considera a colecção do filho um investimento. «Poupo em jogos para a PlayStation», diz, irónico. E tem um sonho: «Queremos abrir um museu sobre a história do Lego.» Há uns tempos expuseram uma série de peças antigas no Museu de Brinquedo em Sintra. Tomás Alcobia passa grande parte do seu tempo a investigar na internet e em livros sobre os primórdios da marca e do brinquedo nórdico, ao mesmo tempo que contacta com outros coleccionadores e vendedores de antiguidades.
No ano 2000, a revista Fortune e a Associação Britânica de Retalhistas de Brinquedos elegeram o Lego como o brinquedo do século xx. Já recentemente, Nuno Crato, conhecido investigador científico, professor catedrático de matemática e estatística, definiu o Lego como «uma invenção emblemática do século XX». «Permite desde a construção de coisas simples ao domínio da geometria tridimensional», disse o actual presidente do Taguspark. Hoje em dia, o Grupo Lego é o quinto maior fabricante de brinquedos do mundo, numa lista dominada pela Mattel.

Os clubes de fãs
Há duas comunidades em Portugal para adultos fãs de Lego: a Comunidade 0937 e a PLUG. Os fóruns na internet são o seu principal canal de comunicação, mas as suas actividades vão muito além do espaço virtual. Os seus membros organizam exposições e juntam-se regularmente para conviver, trocar ideias e partilhar experiências. Até 26 de Dezembro, o Corte Inglés, em Lisboa, tem em exposição as mais recentes criações originais dos elementos da PLUG. Uma outra exposição na Lourinhã foi visitada por 25 mil pessoas. Portugal está bem cotado na comunidade internacional Lego. «Há um blogue chamado The Brothers Brick, que mostra o que de melhor é feito no mundo, e não é raro aparecerem lá construções de portugueses», afirma Luís Baixinho, que fundou há quatro anos a Comunidade 0937. As duas associações estão legalizadas e são reconhecidas pelo Grupo Lego, que tem um programa específico para comunidades de fãs, apoiando eventos, facilitando visitas à fábrica e ao museu na Dinamarca e nomeando um embaixador para cada grupo organizado. Há 44 em 27 países diferentes. «A Lego soube reconhecer-nos e utilizar as comunidades para seu proveito», comenta Fernando Correia, embaixador e presidente da PLUG.

O Lego é mesmo bom para as crianças?
O Lego são só vantagens, no que diz respeito à educação? Para a psicóloga Alexandra Barros, o jogo é bastante positivo especialmente numa fase inicial do desenvolvimento infantil. «Ajuda à aquisição de noções como as formas ou as cores e estimula funções como a atenção e a coordenação óculo-motora. Num plano mais complexo, facilita o planeamento, a organização espacial e o raciocínio abstracto.» Mais: «estimula a criatividade e a noção de reversibilidade e promove a tolerância à frustração», coisas fundamentais na formação de uma criança. Mas o Lego tem as mesmas desvantagens de todos os jogos individuais. «É essencial que o jogo e a brincadeira progridam para um plano de partilha e de maior apelo ao imaginário. Crianças que se refugiam demasiado em actividades muito estruturadas e repetitivas poderão apresentar dificuldade em expressar as suas vivências», alerta a psicóloga.

Uma disputa no Tribunal Europeu
O Tribunal de Justiça da União Europeia, no Luxemburgo, disse definitivamente não, no passado dia 14 de Setembro, à pretensão do Grupo Lego de patentear o tijolo vermelho de 2x4. A marca dinamarquesa queria reclamar direitos de utilização sobre a imagem tridimensional da emblemática peça. Para isso, tentou demonstrar em tribunal, mas sem efeito, que é possível a construção de peças com a mesma função mas outra aparência. O Grupo Lego já tinha garantido a marca registada para o tijolo vermelho 2x4 em 1999, mas a sua grande rival, a canadiana Mega Blocks, conseguiu anular esse direito, o que provocou novo recurso da empresa dinamarquesa. Agora, já não pode recorrer mais e as empresas concorrentes ficam livres para fazerem elementos vermelhos 2x4 iguais ao do Grupo Lego.

Datas
1932 Nasce a Lego, numa fábrica de móveis em Billund, na Dinamarca. A Grande Depressão assolava a Europa e o mestre carpinteiro, Ole Kirk Christiansen, decidiu aproveitar as sobras de madeira para fabricar brinquedos.
1934 A palavra Lego surge a partir da frase em dinamarquês leg godt, que quer dizer «brincar bem». Duas décadas mais tarde Ole Kirk Christiansen descobre o significado da palavra em latim: «Eu junto.» Coincidência.
1949 Inventam-se as peças de plástico, feitas a partir de uma máquina injectora comprada depois da Segunda Guerra Mundial.
1958 É patenteado o sistema de encaixe.
1960 Anos da grande expansão. Em 1966, são produzidos 706 milhões de elementos.
1968 É inaugurado o primeiro parque temático, em Billund: a Legoland.
1990 Quase falência do grupo, ameaça de compra pela Mattel. Com altos custos de produção, a empresa foi vítima da concorrência dos videojogos mas também de uma gestão ainda familiar. Contratou um CEO e inverteu a situação.
2009 As vendas do grupo aumentaram 22,4 por cento, com receitas de 1,56 milhões de euros. Em Portugal a marca vendeu mais 32,2 por cento relativamente a 2008. EUA e Alemanha continuam a ser os principais mercados da marca.

Curiosidades
Se todos as peças Lego vendidas ao longo de um ano fossem dispostas lado a lado, dariam a volta ao mundo dez vezes. E se alguém encaixasse quarenta mil milhões delas iria chegar à... Lua.

> Há 3900 peças e 58 cores diferentes na gama de produtos Lego e 915 milhões de combinações possíveis para seis tijolos de 2x4.
> Em 1974 foram lançados os primeiros bonecos articulados Lego, conhecidos por minifigures. Desde então foram produzidas aproximadamente quatro biliões de figuras, o maior grupo populacional do mundo.
> Existe uma média de setenta peças Lego por cada pessoa no mundo. E mais de quatrocentos milhões de crianças e adultos vão brincar com elas ao longo deste ano. Em cada segundo que passa são vendidas sete caixas da marca dinamarquesa.
> O Grupo Lego espera produzir até final deste ano 31 mil milhões de peças, o equivalente a sessenta mil peças por minuto e mil por segundo. E se é certo que não faz concorrência à Michelin ou Bridgestone, a empresa de brinquedos é o maior produtor mundial de pneus: trezentos milhões por ano.
> Durante o processo de fabrico, o plástico é aquecido a uma temperatura de 232.º, até se obter uma pasta que é, depois, injectada em moldes a uma pressão de 25-150 toneladas, dependendo da peça. Em apenas sete segundos a peça é ejectada do molde já fria.
> São 120 os designers a trabalhar actualmente em Billund, na Dinamarca, oriundos de 15 países diferentes, inclusive um português. A sua missão é criar novos brinquedos que serão, depois, produzidos nas quatro fábricas da empresa: Dinamarca, Hungria, República Checa e México.

Dicionário para fãs Lego
AFOL Adult Fan of Lego (Adulto fã de Lego)
AFFOL Adult Female Fan of Lego (Mulher fã de Lego)
Brick Tijolo, peça básica da Lego
Dark Age «Idade das Trevas» (Tempo de afastamento do Lego, entre a infância e o período adulto)
Jet-Lego Estado de desequilíbrio fisiológico causado por montagem/construção de Lego contínua e muito prolongada
TFOL Teenager Fan of Lego (Adolescente fã de LEGO)
MOC My Own Creation (A minha criação)
MOD Conjunto Lego modificado (não é original, mas também não é como vem na caixa)
Pick-a-brick Compra de peças avulsas
WIP Work in Progress (Trabalho em curso)

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