"Adoro a expressão scandinavian noir"

Metade inglesa, metade sueca, Rebecca Ferguson foi a atriz escolhida para protagonista feminina.
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Há dois anos, antes de Missão Impossível: Nação Secreta, era uma desconhecida. Depois disso não parou. Como se tem adaptado ao mediatismo?

Vou-me habituando, mas é sempre algo perturbador. A relação com a imprensa depende sempre de cada jornalista.

Jo Nesbo em O Boneco de Neve reflete sobre aspetos muito particulares da sociedade norueguesa, mas não deixa de falar das novas famílias e de pais separados. Nesse sentido, não deixa de ter um valor universal, não sente isso?

Sem dúvida! O filme tem esse lado muito humano. Não sou órfã, tenho até uma família adorável, mas consigo projetar-me na infelicidade que os temas desta história convocam. Mas o que é notável nesta coisa do scandinavian noir, termo criado pela imprensa, é um certo peso dramático, sublinhado como se fosse um fardo.

Passa pela culpa nórdica?

Sim. Esses romances e séries nórdicas espelham a nossa culpa e os nossos segredos. Mas não posso comparar com a culpa ibérica, por exemplo. Creio que é algo generalizado, embora vocês verbalizem tudo, tornam tudo mais barulhento. Na Suécia, em particular, é tudo muito introvertido. Seja como for, adoro a denominação scandinavian noir.

O seu lado sueco foi-lhe útil para dar vida a esta detetive norueguesa?

Nestas coisas ficamos todos escandinavos, as fronteiras esbatem-se. Mas claro que consegui identificar-me muito com ela, desde a maneira de andar até à forma de carregar objetos. Julgo que há nela uma ideia de fecho, não é de todo uma mulher aberta. E isso fui decididamente buscar ao meu lado sueco.

Sei que não estava satisfeita com a primeira versão do guião. Tentou depois mudar o destino da sua personagem?

Tentei. E perguntei se não tinham lido o livro. R.P. T.

Em Londres

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