Adidas regista perdas. Separação de Kanye West "prejudica" o negócio
A empresa registou um prejuízo líquido de 39 milhões de euros, de janeiro a março, em comparação com um lucro de 482 milhões de euros no período do ano anterior.
O fim da sua linha Yeezy, de grande sucesso, concebida em colaboração com West, afetou as vendas em cerca de 400 milhões de euros no trimestre.
Mas as vendas globais não foram tão más como se temia, com os analistas a verem os primeiros sinais de melhoria, e o preço das ações da Adidas esteve a subir 7,5% durante a tarde na Bolsa de Valores de Frankfurt.
A Adidas suspendeu a sua parceria com Kanye West, agora conhecido como Ye, em outubro, depois de este ter feito uma série de afirmações antissemitas.
A perda da Yeezy, juntamente com a queda das receitas das suas marcas de estilo de vida, "está, obviamente, a prejudicar-nos", afirmou o novo CEO (diretor-executivo), Bjorn Gulden, em comunicado.
Mas nesta sexta-feira não houve ainda novidades sobre o que a empresa desportiva irá fazer com o seu enorme stock de sapatilhas Yeezy.
"Estamos a avaliar as opções", disse o atual CEO da Adidas, após a divulgação dos resultados, mas encontrar uma solução levará tempo porque há "muitas partes interessadas".
A empresa tinha anunciado em fevereiro que poderia sofrer um prejuízo operacional de 700 milhões de euros este ano, se decidisse anular o valor de todo o seu inventário Yeezy existente.
Bjorn Gulden, que assumiu as rédeas da empresa em janeiro, depois de se ter juntado à rival Puma, disse que é necessário tempo para dar a volta à empresa.
"2023 será um ano difícil, com números dececionantes, em que a maximização dos nossos resultados financeiros a curto prazo não é o nosso objetivo", afirmou.
O impacto do fim do acordo com o rapper norte americano West foi claramente mais sentido na América do Norte, onde as vendas caíram 20% durante o trimestre.
Também registaram uma forte descida na China, um mercado-chave para a Adidas que tem sido duramente atingido por longos períodos de confinamento devido à covid-19, enquanto houve ganhos na América Latina e noutras partes da Ásia-Pacífico.
Mas as vendas líquidas mantiveram-se praticamente estáveis, em 5,28 mil milhões de euros, contra as expectativas do mercado que previam uma queda, e Bjorn Gulden afirmou que o trimestre terminou "um pouco melhor do que esperávamos".
O CEO salientou também a evolução positiva em alguns domínios, como a popularidade das sapatilhas Samba, Gazelle e Campus.